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Crime do Papai Noel: acusado de mandar matar filha pega 10 anos

Os dois lados vão recorrer da decisão; defensor diz que jurados "desconsideraram os autos" enquanto assistente de acusação acha que pena foi baixa

Por Da redação
2 fev 2017, 20h43

O empresário Renato Grembecki Archilla, de 58 anos, foi condenado pelo tribunal do júri nesta quinta-feira a dez anos, dez meses e 20 dias de prisão em regime fechado por encomendar o assassinato da própria filha, a publicitária Renata Guimarães Archilla, em dezembro de 2001. O réu, no entanto, vai recorrer em liberdade e saiu pelos fundos do Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O caso ficou conhecido como crime do Papai Noel, por causa da fantasia usada pelo atirador a quem a morte de Renata teria sido encomendada.

Por seis votos a um, os jurados decidiram que Archilla é culpado por tentativa de homicídio duplamente qualificado, motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além do agravante de o réu ser pai da vítima. Na sentença, a juíza Débora Faitarone, da 1ª vara do Júri, indeferiu, no entanto, o pedido de prisão imediata. “O crime ocorreu há 16 anos. O réu é primário. De bons antecedentes. Possui ocupação lícita e residência fixa. Não se furtou, em nenhum momento, à aplicação da lei penal”, diz a decisão.

O advogado de defesa, Rodrigo Senzi, apelou da decisão. “A decisão dos jurados contraria as provas dos autos”, alega. Já o assistente da acusação, o advogado Marcial de Hollanda Filho, diz que vai recorrer da pena afixada pela juíza, para tentar aumentar o tempo de condenação. “O autor do disparo, sem agravante de pai, pegou treze anos”, justifica.

O julgamento, que durou dois dias, foi marcado pelo depoimento de Renata, de 37 anos, que sobreviveu a três disparos de arma de fogo, dois deles no rosto, em um semáforo na região do Morumbi, zona sul da capital paulista. Na época, ela tinha 22. Emocionada, chorou ao menos sete vezes ao falar. “Eu vou poder virar a página da minha vida e ser feliz com a minha família”, disse a publicitária, que hoje é casada e tem dois filhos.

Com um terço sempre nas mãos, ela acompanhou a fase de debates entre acusação e defesa da plateia nesta quinta. Só saiu do plenário nas vezes em que o advogado de defesa, Rodrigo Senzi, tentou desconstruir a acusação. Já durante a fala do promotor Felipe Zilberman, levava o terço à altura dos olhos e rezava.

Renata também acompanhou o interrogatório do pai, no dia anterior, mas do lado de fora do plenário. Encostada na porta, ouviu o réu declarar inocência. “Nunca faria isso com a minha filha”, disse. “Nunca vi uma filha querer o mal do pai, como ela quer o meu”. Na saída do fórum, Renata chorou mais uma vez. “A Justiça foi feita.”

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Julgamento

Na fase de debates, o Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP) apresentou como principal prova de acusação uma agenda telefônica do policial militar José Benedito da Silva, condenado por ser o autor dos disparos contra Renata. Nela, constava o telefone da fazenda do avô da publicitária, já falecido, que também era acusado de ser mandante do crime, além do número de outro PM que trabalhou como segurança da propriedade, segundo apresentadas nos autos. “Foi uma monstruosidade cometida por um assassino a mando de outro”, disse Zilberman.

(Com Estadão Conteúdo)

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