Comissão de Ética cobra explicações sobre blindagem na AGU
Ministro da Advocacia-Geral da União tem dez dias para explicar os motivos do arquivamento de uma sindicância sobre indícios de irregularidades no órgão
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República cobrou explicações formais nesta segunda-feira ao chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, e ao corregedor do órgão, Ademar Passos Veiga, sobre suspeitas de blindagem interna após o estouro da Operação Porto Seguro da Polícia Federal. Adams e o corregedor da AGU terão prazo de dez dias para prestar as informações.
Depois da descoberta do envolvimento de servidores da AGU no esquema de fraudes, uma sindicância interna do órgão que listava “evidentes indícios” de irregularidades na conduta de Adams foi arquivada, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
A operação da PF desmontou uma quadrilha especializada em negociar pareceres técnicos de órgãos federais para beneficiar empresários. Um dos suspeitos de integrar o esquema criminoso é o número dois da AGU, José Weber Holanda, braço-direito de Adams.
Responsável por assessorar a presidente Dilma Rousseff, a Comissão de Ética Pública quer saber os motivos do arquivamento sumário do caso. Se as explicações não forem consideradas suficientes, a comissão poderá pedir nova investigação contra Adams.
“Uma das denúncias é que o corregedor fez corpo mole e que não tinha independência para verificar (se havia irregularidades)”, informou o presidente da Comissão de Ética, Américo Lacombe. “Queremos saber o que houve e se a corregedoria era realmente independente”, completou o presidente do colegiado.
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