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Com o apoio de Lula, Dilma e DEM, família Barbalho tenta voltar ao governo do Pará

Helder, filho do ex-senador Jader Barbalho, usa a imagem de renovador para derrotar o governador tucano Simão Jatene, que tenta a reeleição

Por Gabriel Castro, de Belém
14 set 2014, 11h11

O eleitor fiel do DEM que quiser seguir a orientação de seu partido vai apoiar Aécio Neves (PSDB) para a Presidência da República. Mas, se ele morar no Pará, essa será a única parte fácil da escolha. Caso queira seguir rigorosamente o apoio declarado por seu partido, ele vai votar em um petista que foi réu no processo do mensalão para senador: Paulo Rocha. Para o governo, a escolha será por Helder Barbalho (PMDB), que já fez dois comícios ao lado de Dilma Rouseff e de Lula e tenta atrelar sua imagem à dos petistas.

Mesmo que vote em candidatos do DEM para deputado federal e deputado estadual, o nosso personagem corre o risco de eleger um representante do PCdoB por causa da coligação de seu partido e da regra eleitoral.

Ao mesmo tempo, o paraense que é comunista convicto, leal ao PCdoB, vai ter de votar em um integrante do DEM para vice-governador. Vai também eleger para o governo o filho de Jader Barbalho, o maior símbolo da corrupção no Pará e um antigo inimigo da esquerda. O mesmo voto será dado pelo petista que quiser cumprir a orientação de seu partido. A falta de coerência dos partidos brasileiros não é novidade; mas há lugares em que a total falta de lógicas das alianças se torna mais evidente. O Pará é um dos melhores exemplos disso.

O PSDB governou o estado em doze dos últimos dezesseis anos, com a exceção do período entre 2006 e 2010. A petista Ana Júlia Carepa obteve uma vitória histórica, mas fez um governo campeão em reprovação e perdeu a disputa pela reeleição em 2010. Simão Jatene (PSDB) assumiu o posto.

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O fracasso de Ana Júlia, que hoje disputa uma modesta vaga na Câmara Federal, enfraqueceu o grupo petista no Estado e o tornou mais dependende de Jader Barbalho, um antigo adversário do PT. A estratégia petista para derrotar os tucanos não passa da velha tática de que o inimigo do meu inimigo é meu amigo.

Uma coligação com tão pouca coerência ainda teria espaço para o DEM. O multiprocessado deputado Lira Maia, que comanda o partido no Estado, tentou até a última hora se transformar no vice de Simão Jatene. Como não conseguiu – a vaga ficou com o PSC -, optou pelo apoio ao PMDB. E foi só. Nada da discussão programática, de debate ideológico: a aliança se formou por causa da ocupação de espaços políticos.Por isso, o Pará se transformou em um dos poucos lugares em que Lula já dividiu o palanque com um integrante do DEM, partido que ele pretendia “extirpar” da política.

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Aos 35 anos, alto e carismático, Helder apresenta uma imagem oposta à do adversário, 30 anos mais velho. É na mensagem de renovação que o grupo político do peemedebista aposta para voltar a comandar o Estado. Jader pouco comparece aos palanques do filho, que foi prefeito de Ananindeua, a segunda maior cidade do Pará. Para o comício ao lado de Dilma e Lula, na última quarta-feira, ele abriu uma exceção. Já reconciliado com o PT, ele se sentiu à vontade para comparecer. Mas não arriscou um discurso.

A gestão de Jatene não cumpriu todas as promessas: a violência no Estado, que tem uma taxa de homicídios três vezes e meia a de São Paulo, continua elevada. O transporte público segue ruim. A aprovação do governo é baixa.Também por isso, a possibilidade de retorno dos Barbalhos ao comando do Pará virou arma eleitoral. “Essa ideia de mudança pode não ser aquilo que a gente imagina. Pode ser uma armadilha”, diz Jatene em uma propaganda divulgada nos últimos dias na TV paraense.

Enquanto isso, o adversário continua apostando na popularidade de Lula: em um depoimento exibido na campanha de Helder Barbalho, o ex-presidente pede o voto no candidato porque “O Pará merece o que tem de melhor”. Dessa afirmação ninguém duvida. O difícil, para o eleitor, vai ser descobrir como expressar isso nas urnas.

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