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Caso Henry: novas cartas de Jairinho vêm à tona na guerra entre advogados

Disputando protagonismo, criminalistas travam batalha acirrada pela defesa do ex-vereador acusado de assassinar o enteado de 4 anos

Por Marina Lang Atualizado em 22 fev 2022, 10h27 - Publicado em 21 fev 2022, 16h04

Novas cartas supostamente escritas pelo ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o dr. Jairinho, vieram à tona após a publicação de uma reportagem de VEJA no final da manhã desta segunda-feira, 21. Nelas, o político, que está preso pelo assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, faz jogo duplo e joga luz sobre uma intensa disputa entre o grupo comandado por Flávia Fróes e o advogado Lúcio Adolfo. 

Na carta publicada pela manhã, Dr. Jairinho conferia o comando do processo a Adolfo, experiente criminalista que defendeu o goleiro Bruno, acusado de assassinar Eliza Samudio. O documento teria sido escrito na última quinta-feira, 17, pela manhã.  Após a divulgação do conteúdo, Flávia Fróes entrou em contato com VEJA, e enviou mais alguns documentos que, segundo ela, haviam sido peticionados no processo. A reportagem telefonou para o gabinete do II Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mas até 15h, nada havia sido protocolado nos autos. A carta apresentada por Fróes dizia que Lúcio Adolfo estaria sendo removido do processo, além de uma petição, baseada nos papéis escritos à mão, destituindo-o da defesa. Adolfo, por sua vez, negou e rebateu com uma carta que teria sido escrita por volta das 12h desta segunda-feira, 21. 

Carta de Jairinho supostamente destituindo advogado Lúcio Adolfo
Carta de Jairinho supostamente destituindo advogado Lúcio Adolfo (Divulgação/Reprodução)

 

Carta de Jairinho a Fróes, supostamente tirando Lúcio Adolfo da defesa
Carta de Jairinho a Fróes, supostamente tirando Lúcio Adolfo da defesa] (Divulgação/Reprodução)

 

Nova carta de Jairinho obtida pela advogada Flávia Fróes
Nova carta de Jairinho obtida pela advogada Flávia Fróes (Divulgação/Reprodução)

 

Procurado, Adolfo rebateu veementemente. Disse que um advogado da equipe acabara de sair da penitenciária de Bangu com mais uma carta inédita que teria sido escrita por volta de 12h desta segunda-feira, 21 – esta garantindo que Jairinho o manterá e destituirá todos os demais advogados até a próxima quarta-feira, 23. O final da carta não tem assinatura de Jairinho, embora a grafia seja similar à do ex-vereador. Em paralelo à disputa, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o pedido de habeas corpus que solicitava a liberdade de Jairinho alegando que o caso não tinha terminado a tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Outra carta, que teria sido escrita nesta segunda, diz que Lúcio Adolfo fica e o restante da defesa sairá até quarta
Outra carta, que teria sido escrita nesta segunda, diz que Lúcio Adolfo fica e o restante da defesa sairá até quarta (Divulgação/Reprodução)

 

Final da carta não tem assinatura de Jairinho, embora a grafia seja similar à do ex-vereador
Final da carta não tem assinatura de Jairinho, embora a grafia seja similar à do ex-vereador (Divulgação/Reprodução)

Na última sexta-feira, 18, VEJA obteve um áudio de Flávio Fernandes, ex-advogado do pai de Henry, o engenheiro Leniel Borel, dizendo que ele “comanda” o processo. O criminalista chegou a  a atuar como assistente do Ministério Público na acusação. A gravação revela que o advogado estaria atuando também no caso Henry, o que pode configurar os crimes de tergiversação e patrocínio infiel. Procurado nesta segunda-feira, 21, ele declarou que não atua no processo do menino Henry – embora atue na defesa de Jairinho no caso de tortura de uma das crianças, filhas de ex-namoradas, reveladas por VEJA em abril do ano passado

“Eu é que comando isso aí, porque eu fui assistente de acusação. E objetivo era eu entrar porque era assistente de acusação, o assistente de acusação que saiu do processo porque discordava dos métodos o Leniel, entendeu?”, diz Fernandes em um trecho do áudio.

O criminalista trabalhou com Leniel Borel até 18 de junho de 2021, quando pediu formalmente a exclusão de seu nome do rol de advogados que representa a assistência de acusação. Fernandes, no entanto, manteve estreito contato com o pai de Henry até 22 de janeiro, quando saiu de um grupo de WhatsApp do qual fazia parte, ao lado de outros defensores. A desconfiança de que Fernandes poderia estar fazendo jogo duplo, levou Leniel a ingressar com uma representação contra ele na Ordem dos Advogados do Brasil, no mês passado.

Ouça a íntegra da Mensagem:  

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