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Caso Henry Borel: pai de menino assassinado terá novo filho

Leniel conta com exclusividade a VEJA como está reconstruindo a sua vida após a tragédia

Por Sofia Cerqueira Atualizado em 7 fev 2024, 22h19 - Publicado em 7 fev 2024, 17h54

Após quase três anos de um crime que chocou o país, Leniel Borel, pai do menino Henry, assassinado aos 4 anos dentro de um apartamento na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, vive um momento especial. O engenheiro, de 40 anos, que desde a morte do filho luta por Justiça, será pai novamente. Sua atual mulher, a médica Larysse Borel, de 28 anos, está grávida de seis meses de uma menina. Sua ex-mulher, a professora Monique Medeiros, de 35 anos, e o padrasto do menino, o médico e vereador cassado Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, de 46, estão presos em penitenciárias fluminenses, acusados de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e crueldade), com emprego de tortura e coação de testemunha. Ele – que estava em seu quinto mandato na Câmara Municipal do Rio – é réu por ação direta e ela, embora as circunstâncias da morte nunca tenham sido esclarecidas, por omissão. “Um filho nunca substituirá o outro, mas estou muito feliz. Vivo a oportunidade de ser pai novamente, o que considero uma dádiva de Deus”, diz Leniel.

Leniel e a nova mulher, Larysse Borel, grávida de 6 meses: Valentina pode nascer no mesmo dia do aniversário de Henry
Leniel e a nova mulher, Larysse Borel, grávida de seis meses: Valentina pode nascer no mesmo dia em que Henry completaria 8 anos (Sofia Cerqueira/VEJA)

O engenheiro, que em 2022, um ano após a morte do filho, conseguiu que fosse aprovada no Congresso a Lei Henry Borel – que estabelece medidas protetivas para menores vítimas de violência doméstica e classifica o assassinado de jovens com menos de 14 anos como crime hediondo –, conta que demorou a tornar públicos o segundo casamento e a nova gravidez por receio de que a notícia desviasse a atenção do que considera mais importante, a punição dos “assassinos do seu filho”. “A expectativa é que eles sejam submetidos ao júri popular em junho”, ressalta Leniel. “O meu filho, um anjo, foi brutalmente assassinado. Sinto uma falta enorme dele, em todos os momentos. Vai estar eternizado na minha vida, na minha memória até os meus últimos dias”, completa.

Juntos há cerca de um ano, Leniel e Larysse, que se casaram oficialmente há poucas semanas, contam que Valentina, como a bebê se chamará, foi desejada e planejada. “Sempre sonhei em ser mãe e o Leniel também queria muito ser pai novamente. Só acabou acontecendo um pouco antes do que esperávamos”, diz ela. Curiosamente, a data prevista para o nascimento de Valentina, caso tudo corra naturalmente e o parto seja natural, é 3 de maio, exatamente o dia do aniversário de Henry. O menino faria 8 anos em 2024. “Isso tudo me emociona muito, não dá para explicar”, acrescenta Leniel.

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Os detalhes da morte de Henry ainda são cercados por uma grande aura de mistério. Depois de passar um fim de semana absolutamente normal com o pai, ele foi entregue à mãe, Monique, no fim da tarde de domingo. Na madrugada seguinte, dia 8 de março de 2021, a criança deu entrada morta no Hospital Barra D’Or, a poucos quilômetros do apartamento onde a professora vivia há menos de três meses com o então vereador Dr. Jairinho. Apesar da tentativa de reanimá-lo durante mais de uma hora, o óbito foi decretado oficialmente às 5h42. Ainda naquela manhã, o ex-parlamentar fez vários telefonemas, inclusive para o diretor daquela unidade médica, para que o corpo da criança não fosse periciado no Instituto Médico Legal (IML).

A versão sustentada pelo casal de acidente doméstico, na qual a criança teria caído da cama naquela madrugada, se mostrou fictícia com a divulgação do laudo pericial. Henry apresentava 23 lesões e, de acordo com o documento, morreu em decorrência de uma laceração hepática e hemorragia interna causadas por ação contundente. Ao longo das semanas seguintes ao crime, duas ex-namoradas de Jairinho traçaram o seu retrato como o de um homem violento e sádico, que sistematicamente agredia crianças pequenas com chutes e pancadas.

De acordo com o relatório da investigação policial, que cita dados coletados com a quebra do sigilo telefônico das pessoas envolvidas – incluindo a babá da criança –, Monique também tinha conhecimento que seu filho era vítima de violência, com sessões de tortura praticadas pelo ex-vereador. Em pelo menos duas ocasiões anteriores à morte de Henry, segundo a polícia, há registros de que ele foi agredido pelo padrasto e a professora continuou morando com Jairinho.

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