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Caseiro de Malhães confessa ter agido com dois irmãos

Rogério Pires admitiu participação no assalto e entregou comparsas em depoimento nesta terça-feira. Circunstância da morte do militar, no entanto, ainda não foi esclarecida

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
29 abr 2014, 15h27
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  • Não foram os militares que queriam calar Paulo Malhães. Nem foi uma vingança de pessoas ligadas a vítimas da tortura do regime militar. O coronel reformado do Exército, encontrado morto em seu sítio em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, na última sexta-feira, foi vítima de um assalto armado pelo caseiro, Rogério Pires, com dois irmãos e um quarto comparsa. As circunstâncias exatas da morte – não se sabe ainda se Malhães sofreu um infarto ou se foi asfixiado – ainda serão esclarecidas, com base no laudo do Instituto Médico Legal e em depoimentos dos autores. Mas a mecânica do assalto sepulta, por ora, toda sorte de teorias da conspiração sobre o crime.

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    Malhães ganhou fama repentina ao admitir, à Comissão da Verdade, que participava de sessões de tortura a presos políticos no período da ditadura militar na Casa da Morte, em Petrópolis, na região serrana. Mas acabou sendo vítima de bandidos, não de atores ocultos do poder. A Organização das Nações Unidas (ONU) chegou a cobrar do governo brasileiro investigação rigorosa do crime, diante das suspeitas de que os próprios militares, temendo mais revelações, o teriam eliminado.

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    “A casa tem muitos cômodos. Uma hora ele dizia que ele e a viúva estavam no quarto, em outro momento ele dizia que estava em outro quatro. Foram muitas contradições e ele acabou admitindo” afirmou o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Pedro Medina.

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    Coronel reformado Paulo Malhães, em depoimento para a Comissão Nacional da Verdade, no Rio
    Coronel reformado Paulo Malhães, em depoimento para a Comissão Nacional da Verdade, no Rio (VEJA)

    O caseiro entrevou, em depoimento esta manhã, dois irmãos que participaram com ele do ataque. A motivação do crime, admitiu, era meramente financeira. A versão inicial apresentada por Rogério Pires era de que três invasores chegaram ao sítio, renderam Malhães e a mulher e o próprio caseiro. Apenas um deles tinha o rosto coberto – os dois de rosto exposto eram justamente os irmãos.

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    “O caseiro não foi o mentor do crime, mas confessou que deu informações que auxiliaram os criminosos, como a rotina do coronel. A invasão do sítio foi planejada com um mês de antecedência e Rogério sabia de tudo”, disse o delegado Willian Medeiros Pena Júnior, auxiliar da DHBF.

    A Polícia Civil pode prender ainda esta tarde os demais envolvidos no crime. Pires chegou por volta das 14h45 à Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Segundo afirmou à polícia, o plano não incluía matar Malhães. O caseiro, no entanto, disse que “não estava no cômodo” quando o militar morreu. Tampouco entregou se Malhães foi ou não assassinado.

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    Uma das contradições do depoimento do caseiro estava em um detalhe do sítio: segundo a polícia, um cão feroz deu trabalho aos agentes que foram periciar o local. O fato de o cão não ter causado problemas aos criminosos levantou suspeitas contra o caseiro, que acabou confessando sua participação e delatou também dois dos comparsas. Ainda não há a identificação do quarto criminoso.

    Rogério Pires e os dois irmãos tiveram prisão temporária decretada, acusados de latrocínio – roubo seguido de morte. A parte de Pires no crime foi a de dar informações sobre o sítio e facilitar a entrada dos demais bandidos. O militar e a mulher, Cristina Batista Malhães, ficaram 13 horas em podes dos bandidos. Foram roubadas armas e objetos de valor.

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