Brasília tem confrontos e 50 presos em protesto menor do que o esperado
Grupo de 500 pessoas circulou pelas ruas da capital e entrou em confronto com a Polícia Militar. Protestos começaram após desfile da Independência
Por Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília
7 set 2013, 19h52
A tranquilidade do Dia da Independência em Brasília durou apenas algumas horas, pela manhã. Apesar de o número de manifestantes ter sido bem menor do que os 40.000 esperados pelo governo local, um grupo de cerca de 500 pessoas deu trabalho para a polícia. Cinquenta pessoas foram detidas, segundo a polícia militar. Logo após o fim do desfile, no meio da manhã, parte dos militantes tentou forçar a entrada no Congresso Nacional. Depois de serem repelidos pelos policiais, eles se dirigiram ao estádio Mané Garrincha, onde a seleção do Brasil enfrentou a da Austrália. Houve novos confrontos e o grupo não conseguiu se aproximar da arena. Leia também:
Manifestantes são detidos no centro do Rio. Polícia usa bombas de efeito moral Ao fim do desfile da Independência, o grupo de baderneiros se concentrou em frente ao Congresso Nacional. Na tentativa de identificar possíveis vândalos, a PM tirou fotos do rosto de quem carregava máscaras, antes de liberá-los para a marcha. Estiveram na mira dos protestos os principais envolvidos no mensalão, como o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e também o deputado-presidiário Natan Donadon (sem partido-RO). Mas boa parte dos manifestantes não apresentou uma pauta específica. Leia também:Grupo Anonymous derruba sites da PM do Rio e do DF
Desfile militar no Rio de Janeiro termina em tumulto Circulando pela zona central de Brasília, os manifestantes atacaram uma concessionária, onde danificaram cinco carros, tentaram invadir a sede da TV Globo e fecharam algumas das principais vias da capital. Os comerciantes da rodoviária do Plano Piloto e de um shopping no centro de Brasília fecharam as portas. Alguns militantes, com o rosto coberto, arremessaram rojões nos policiais.
A todo momento, os policiais militares tinham de entrar em ação para conter grupos mais exaltados. Quando a marcha se juntou ao Grito dos Excluídos, que reunia outras 500 pessoas, e avançou até as imediações do Estádio Nacional, a PM reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta sobre os manifestantes. Alguns torcedores que estavam a caminho do estádio tiveram de buscar refúgio em estabelecimentos próximos. Os policiais, equipados com um grande número de viaturas e apoiados por dois helicópteros, apertavam o cerco aos militantes conforme o tempo passava. Depois de repelir uma nova tentativa de aproximação ao Congresso Nacional, as forças de segurança utilizaram jatos d’água e muitas bombas de efeito moral para desfazer a passeata, já no fim do dia. Desfile – O forte esquema de segurança montado para evitar que as manifestações manchassem o Dia da Independência, em Brasília, ao mesmo tempo em que conseguiu preservar a presidente Dilma Rousseff e as autoridades dos protestos e das vaias, resultou em um desfile insosso e sem a presença da população. O Eixo Monumental, por onde passou a cerimônia, foi cercado por tapumes e o acesso ao público, restrito. Passado o desfile, no entanto, nem o reforço policial nem o isolamento de vias importantes conseguiram evitar que os manifestantes – apesar de em número bem abaixo do esperado – entrassem em confronto com a polícia. O desfile cívico começou com atraso. Antes mesmo da chegada de Dilma, apresentaram-se a pirâmide humana e o Batalhão da Guarda Presidencial. A presidente cruzou a Esplanada dos Ministérios, em carro aberto, por volta de 9 horas – embora sua agenda oficial informasse que chegaria às 8h45 – e a cerimônia teve início cerca de quinze minutos depois. Nas arquibancadas próximas à tribuna de honra, onde estavam Dilma e alguns de seus principais ministros, como Alexandre Padilha (Saúde) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), apenas os convidados pelo Palácio do Planalto – três mil convites foram entregues, de acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. Os presidentes Renan Calheiros, do Senado, e Henrique Eduardo Alves, da Câmara, não compareceram. Afastado, o público comum apenas pôde acompanhar o evento da arquibancada. Tapumes foram montados ao redor da Esplanada para evitar que os manifestantes se aproximassem, o que acabou vetando a presença da população no gramado do centro da capital do país, uma prática já tradicional nos desfiles de Sete de Setembro. Outra novidade neste ano foi a revista da Polícia Militar em todos os presentes. Apesar das estratégias para blindar o governo, Gilberto Carvalho relacionou o esvaziamento do Sete de Setembro ao “excesso de receio” da população diante da expectativa de haver manifestações.
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VEJA Mercado - quinta, 2 de maio
Moody’s melhora perspectiva para Brasil, o duro recado do Fed e entrevista com Luis Otávio Leal
A agência de classificação de riscos Moody’s mudou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva. Em outras palavras, o país está mais próximo de ter sua nota de crédito melhorada. O Brasil está a duas revisões de obter o chamado grau de investimento, o que ajuda a atrair investimentos estrangeiros. O comitê do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, se reuniu na quarta e decidiu manter as taxas de juros do país no intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano. Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que altas de juros não fazem parte do cenário-base da instituição, mas falou em falta de progresso na busca pela meta de inflação de 2%. Diego Gimenes entrevista Luis Otávio Leal, economista-chefe da gestora G5 Partners, que comenta esses e outros assuntos.
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