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Brasil pode perder mais 3.300 médicos que não têm Revalida

Se esse grupo deixar o programa, sobrarão só 4.600 brasileiros formados no país, pois outras 2.000 vagas estão ociosas por falta de interessados.

Por Estadão Conteúdo
17 nov 2018, 08h35

Além dos mais de 8.300 cubanos que deixarão o país até o fim do ano, o Brasil corre o risco de perder outros 3.300 profissionais do Mais Médicos caso o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), cumpra a promessa de exigir revalidação do diploma de todos os médicos do programa. Esse é o número de participantes chamados de intercambistas, ou seja, brasileiros formados no exterior ou estrangeiros de outras nacionalidades que também foram dispensados da revalidação do diploma para atuar no país.

Em entrevista na quarta-feira, quando Cuba anunciou a saída do Mais Médicos, Bolsonaro afirmou que o Revalida será cobrado de todos. “(De) qualquer profissional de saúde trabalhando no Brasil, exigiremos uma prova de que realmente são competentes, conhecida como Revalida.”

Nesta sexta-feira, 16, a Defensoria Pública da União (DPU) protocolou, junto à Justiça Federal, ação civil pública em que pede ao governo federal a manutenção das atuais regras do Mais Médicos e a abertura do programa a estrangeiros de qualquer nacionalidade. Segundo a DPU, o objetivo é evitar que a população seja prejudicada. 

O presidente eleito não deixou claro, porém, se esses profissionais já seriam suspensos do programa assim que o novo governo tomar posse ou se poderiam continuar trabalhando até passar pela prova, que costuma ocorrer uma vez por ano.

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A edição de 2018 já teve inscrições encerradas, portanto, os profissionais interessados em fazer o exame só poderiam prestá-lo no fim de 2019.

A reportagem tentou contato com as assessorias do governo de transição e de Bolsonaro para questionar como seria o processo de revalidação do diploma desse grupo, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Questionado sobre o assunto, o Ministério da Saúde disse que não poderia responder por decisões que serão tomadas na próxima gestão.

Se esse grupo também deixar o programa, sobrarão só os 4.600 médicos brasileiros formados no país, já que além dos 8.300 cubanos e 3.300 intercambistas (ambos os grupos sem Revalida), outras 2.000 vagas do Mais Médicos estão ociosas por falta de interessados. 

Reposição

Nesta sexta, representantes do ministério se reuniram com membros da Organização Panamericana de Saúde (Opas), intermediária do acordo de cooperação entre Cuba e Brasil, para definir detalhes da saída dos cubanos e da reposição.

Segundo a pasta federal, o edital de chamamento para os cerca de 8.300 postos que ficarão vagos será lançado já na semana que vem. Nova reunião entre os dois órgãos será realizada na próxima segunda-feira para definir detalhes do edital. Assim como nos chamamentos anteriores, será dada preferência a brasileiros e, caso as vagas não sejam preenchidas por estes, o processo será aberto a estrangeiros.

Gilberto Occhi, ministro da Saúde, disse nesta sexta que também se reunirá na semana que vem com a equipe do governo de transição para discutir ações relacionadas à saída dos cubanos e também para propor medidas para a área da saúde. Uma das propostas levantadas pela atual gestão é chamar os médicos formados por meio de Financiamento Estudantil (Fies) para ocupar as vagas abertas.

Segundo Occhi, há de 15 mil a 20 mil médicos aptos a participar do edital e, por isso, ele acredita que as vagas serão preenchidas.

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