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Bandidos executam policial em favela pacificada, e bala perdida mata morador. De novo

Traficantes atacaram a van da UPP que trafegava entre Manguinhos e Jacarezinho e mataram o sargento Ericson Rosário, de 34 anos, com um tiro na cabeça. Ele é o oitavo PM morto este ano nessas áreas e o 37º desde o início do programa. No ataque, comerciante também acabou morrendo

Por Leslie Leitão 23 jun 2016, 21h06

A vitrine da propaganda do governo do Rio de Janeiro foi estilhaçada mais uma vez. No fim da manhã de hoje, o sargento Ericson Gonçalves Rosário, de 34 anos, entrou para uma trágica estatística ao ser emboscado por traficantes de um território que as autoridades classificam como pacificado. Ele foi o 37º policial militar assassinado dentro de uma das 38 regiões da cidade que contam com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), desde que o projeto foi implementado, em dezembro de 2008. Somente neste ano de 2016 já são oito agentes mortos.

Há 14 anos na corporação, Ericson – que era casado e não tinha filhos – passava próximo a um trailer na Rua Viúva Claudio, dentro de um van da UPP Manguinhos, onde era lotado, quando começaram os tiros. A rua fica na divisa entre as favelas de Manguinhos e Jacarezinho, ambas tidas como pacificadas pela secretaria de segurança pública fluminense. Um dos traficantes estava em cima da laje da empresa Sun Shemical e fez vários disparos. Uma das balas acertou o sargento na cabeça e, mesmo sendo levado para o Hospital Quinta D’Or, ele não resistiu. No ataque, uma bala perdida também matou o comerciante Manoel Marcelo Avelino. Ele também chegou a ser socorrido para o Hospital Salgado Filho, no Méier.

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Os ataques a policiais em favelas com UPP tornaram-se rotineiros. Somente este ano, além dos oito PMs que morreram, 74 foram feridos à bala ou por granadas em confrontos com criminosos. Na soma, esses 84 agentes atingidos em 2016 fazem essa média de baleados atingir a marca de um policial a cada dois dias. As autoridades insistem no discurso de que esses episódios são uma tentativa do tráfico de tentar desestabilizar o projeto. Em nota, o comando geral da PM falou o de sempre, que “lamenta a perda do combatente que morreu em defesa da sociedade e está solidária e prestando toda assistência à família. O policial será enterrado com todas as honras militares”. Responsável pelo projeto UPP, o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, se manifestou pelo twitter. Ele classificou o ataque como um ato de terrorismo e também emendou seu velho discurso: “O objetivo destas tocaias praticadas em comunidades, onde se busca um projeto de paz, é criar a cultura do terror, do medo”. Se o objetivo é realmente este, os números comprovam que os criminosos estão conseguindo.

DH não pode fazer perícia no Alemão – No domingo passado, dia 19, no Morro da Fazendinha, no também ‘pacificado’ Complexo do Alemão, a troca de tiros deixou um suspeito ferido e fez outra vítima de bala perdida. Roseli dos Santos Jesus foi atingida no tórax e morreu ao dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que fica em frente à favela. O caso ocorreu por volta das 19 horas, na Rua do Estofador, localidade considerada de alto risco pela UPP, e por isso a Divisão de Homicídios (DH), que assumiu a investigação do caso, não pode ir ao local para fazer a perícia.

Ontem, a tragédia por pouco não se repetiu. Durante um tiroteio no Largo do Samba, o cabo César David Breves foi atingido por dois disparos: um na perna direita e outro o atingiu no tórax, mas como ele estava de colete, a munição atingiu seu telefone celular que estava guardado no peito. Já a dona de casa Isabel Cristina Soares Martins foi alcançada por uma bala perdida no braço direito, mas sem gravidade.

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