A prisão de temporária da estudante Verônica Verone de Paiva, de 18 anos, cujo prazo terminaria na sexta-feira, foi prorrogada por mais 25 dias. A jovem está encarcerada na penitenciária Bangu 7 desde segunda-feira, dia em que se confessou ter enforcado o empresário Fábio Gabriel Rodrigues, de 33 anos, dentro de um motel em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói.
Na quarta-feira, depois que a polícia teve acesso ao laudo dos peritos, surgiram novas suspeitas sobre o crime. A informação divulgada pelos especialistas é de que o corpo de Fábio não tinha sinais de estrangulamento. Isso contradiz as primeiras declarações de Verônica, de que havia enforcado a vítima com um cinto em legitima defesa.
Com o laudo, a polícia começa a investir em outras linhas de investigação. Não é descartada a possibilidade de uma terceira pessoa ter tido envolvimento no crime. Segundo a delegada adjunta da 77ª DO (Icaraí) Juliana Rattes, não há indícios de que outra pessoa tenha participado da morte do empresário, mas, por causa dos depoimentos já prestados, a hipótese deve ser analisada.
Rattes também trabalha com a possibilidade de Verônica ter planejado a morte do empresário, o que descartaria a hipótese de legitima defesa. Isso vai contra a versão dada pelo advogado da acusada, Rodolfo Thompson, de que a jovem só atacou Fábio por ter se recordado de um abuso sexual ocorrido quando tinha sete anos. Na segunda-feira, Verônica disse à polícia que o pai havia tentado estuprá-la.
A mãe de Verônica, Elizabeth Verone, prestou depoimento, na quarta-feira, na delegacia de Icaraí, Niterói. Ela chegou de óculos escuros e mascara cirúrgica para não ser reconhecida posteriormente. Elizabeth prestou esclarecimentos durante cinco horas e acabou por contradizer, algumas vezes, as declarações da filha.
Pouco afinadas na versão final sobre o crime, a mãe informou que Fábio não passou um mês em sua casa, como Verônica havia dito. Elizabeth disse que não presenciou a ingestão do detergente, apesar de ter afirmado que a vítima o fato ocorreu.