Depois de emparedar a prefeitura do Rio de Janeiro, que teve de expor a cidade com montanhas de lixo espalhadas pelas ruas em pleno feriado de Carnaval, os garis conseguiram uma vitória neste sábado em reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A categoria obteve aumento salarial de 37% – de 803 reais para 1.100 reais mensais – e elevação do vale-refeição para 20 reais por dia.
No começo da semana, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) ofereceu 9% de aumento do piso salarial e 1,68% adicional para trabalhadores com mais de dois anos de empresa. A proposta foi feita ao Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do município do Rio de Janeiro, que não apoia a paralisação dos trabalhadores. Os grevistas dizem que os sindicalistas não os representam. Assim, um grupo de dez garis entrou nas discussões neste sábado.
Segundo o chefe da Casa Civil da prefeitura, Pedro Paulo, a limpeza do Rio de Janeiro vai durar de três a quatro dias, apesar de alguns funcionários já terem voltado ao trabalho durante a semana.
A negociação dos garis por maiores salários chegou à Justiça trabalhista na sexta-feira, quando ocorreu a primeira audiência para julgar o processo ajuizado pela prefeitura. O dia foi marcado por passeatas e protestos, que fecharam diversas ruas do centro do Rio. O TRT já tinha determinado, em decisões liminares, que a greve era ilegal e que os trabalhadores deveriam retornar ao trabalho sob pena de o sindicato pagar multa diária de 50.000 reais. Isso não impediu paralisações ao longo da semana.
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(com Estadão Conteúdo)