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Garis abandonam comissão e denunciam uso político da greve no Rio

Nove dos dez integrantes do grupo abandonaram as manifestações. Apenas candidato derrotado a vereador, filiado ao PR, permanece à frente dos protestos

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
7 mar 2014, 12h39

Os garis do Rio aos poucos voltam ao trabalho, mas a tendência é de que o movimento de greve que teve início no último sábado seja mantido. Nesta sexta-feira, surgiu mais um indício de que o movimento vai um pouco além das reivindicações legítimas por salários. Dos dez garis que formaram inicialmente uma comissão para negociar com a prefeitura e a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), nove abandonaram a frente das manifestações. O único que ficou é Célio Viana, 48 anos, filiado e candidato a vereador pelo Partido da República (PR) em 2012.

Depois de deixar a comissão, o gari Fábio Coutinho afirmou ao site de VEJA que o objetivo é melhorar as condições de trabalho, não criar uma trincheira política. “Não estamos aqui para entrar em briga partidária, mas para lutar pelos nossos direitos. Quando percebi que até gente do sindicato dos professores estavam entrando nos protestos, resolvi tirar minha rapaziada. Tem coisas que não vamos conseguir com greve, só na Justiça. Por isso voltei a trabalhar”, afirmou.

A coleta de lixo está sendo progressivamente retomada. Mas ainda há ruas repletas de sujeira e resíduos em diversas regiões. No entanto, um grupo de dissidentes grevistas iniciou um protesto nesta sexta-feira em frente ao prédio da Prefeitura do Rio de Janeiro, na Cidade Nova, no Centro do Rio.

Coutinho deixou o movimento insatisfeito com os resultados. Ele reclama também da atuação do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do município do Rio de Janeiro. Para o gari, faltou empenho dos sindicalistas na negociação por aumento salarial, porque o reajuste obtido já estava assegurado em acordos coletivos de anos anteriores.

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O salário atual dos garis, de 806,12 reais, está 3,59 reais acima do piso das empregadas domésticas. O aumento de 9% anunciado pelo município do Rio na segunda-feira, elevaria o piso da categoria para 874,79 reais – isso porque, desde 2012, ficou acordado entre Comlurb e sindicato que a categoria não poderia receber salário inferior ao das empregadas domésticas. Os garis têm, sobre esse valor, 40% de adicional por insalubridade, o que eleva o vencimento mínimo de um iniciante para 1.224,70 reais. Os grevistas reivindicam salário-base de 1.200 reais, porque o adicional por insalubridade deixa de ser recebido em caso de afastamento por doença ou após a aposentadoria. O único aumento concedido até agora, além do que já estava acordado, é o de 1,68% para o salário-base de quem tem mais de dois anos de serviço na empresa.

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