Após nove dias, terminou a greve da Polícia Civil do Ceará. Os sindicalistas estiveram reunidos na noite de quarta-feira com representantes do governo estadual, no Palácio da Abolição, e fecharam um acordo. “Todas as pautas foram acolhidas”, disse Inês Romero, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpoci).
Os salários serão rejustados: os inspetores e escrivães de primeira classe passarão a ganhar 2.640 reais, os de segunda classe, 2.904 reais, os de terceira classe, 3.194 reais e os de classe especial, 3.513 reais. O salário dos operadores de telecomunicações sobe para 2.751 reais e os dos técnicos de telecomunicações, para 3.076 reais.
O governo concedeu ainda anistia aos trabalhadores envolvidos na greve, concordou em pagar horas-extras e em alterar o plano de carreira dos profissionais sem nível superior. Os policiais civis trouxeram mediadores de peso para a negociação: Ordem dos Advogados do Brasil, Procuradoria Geral da Justiça, Defensoria Pública do Estado, Confederação Brasileira de Policiais Civis, sindicatos de outros estados e representantes da Igreja Católica.
Os policiais civis entraram em greve no mesmo dia em que os policiais militares voltaram a trabalhar, em 4 de janeiro. A PM ficou em greve por seis dias e provocou pânico nas ruas de Fortaleza. Sem policiamento, houve arrastões pela cidade.
Ameaça de nova – Apesar de os policiais civis terem voltado ao trabalho, persiste a instabilidade no Ceará. Técnicos em anatomia e necropsia do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), ligados à Secretaria de Saúde, ameaçam entrar em greve a partir de segunda-feira. Os trabalhadores reivindicam mudança no cálculo do adicional de insalubridade, de 20% para 40% do salário. Pedem ainda uma reforma no prédio do SVO, que estaria sem condições sanitárias de funcionamento. Leia também:
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