A liga das escolas de samba do Rio de Janeiro manifestou preocupação com os graves acidentes que deixaram ao menos 32 pessoas feridas na Marquês de Sapucaí, nos desfiles do grupo especial, e pretende se reunir com as agremiações para discutir novas normas de segurança no Carnaval. O Inmetro também manifestou intenção de debater a regulamentação dos carros alegóricos para o próximo ano.
Durante desfile da Unidos da Tijuca na madrugada de terça-feira, a estrutura superior de um carro alegórico de três andares desabou, deixando quinze pessoas feridas. A acidente foi o segundo durante os desfiles do grupo especial no sambódromo do Rio. Na noite de domingo, vinte pessoas se feriram quando um carro da Paraíso do Tuiuti se desgovernou na pista e atropelou as pessoas no setor de concentração.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (Liesa) alega que as alegorias são vistoriadas e precisam de licença para desfilar. “A Liesa informa que se reunirá com todas as agremiações para fazer os ajustes que se fizerem necessários”, informou em nota nesta terça-feira.
Em entrevista à rádio CBN, o presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo, disse que procurou a Liesa no ano passado para discutir uma possível regulamentação dos carros alegóricos. As conversas não foram adiante, mas Azevedo pretende reiniciar a discussão em vista dos acidentes deste ano. “Vamos procurar estabelecer padrões para carros alegóricos, trio elétricos e outros veículos especiais”, comentou.
De acordo com o presidente do Inmetro, o programa de certificação para os veículos especiais do Carnaval deve passar a valer já no próximo ano e ser pensado a nível nacional. “Não pode ser só imaginação. Tem que ter uma parte de engenharia que certifique que o carro não terá problemas mecânicos, estruturais e elétricos”, disse à CBN.
Ainda durante a madrugada, o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, lamentou os acidentes, que foram os mais graves ao longo de 33 anos de desfiles na Marquês de Sapucaí. “Os carros são licenciados e ainda tem anotação técnica do engenheiro de cada escola. Vamos tomar as medidas corretivas que sejam necessárias”, declarou Castanheira.
(Com Reuters)