Aécio admite ter usado aeroporto em Cláudio: ‘Foi um equívoco’
Candidato tucano à Presidência da República voltou negar irregularidade na reforma da pista e reafirmou que ela não beneficiou sua família
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, admitiu nesta quarta-feira ter usado “algumas vezes” o aeroporto na cidade mineira de Cláudio e reconheceu ter sido “um equívoco” pousar no local, que não foi homologado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O aeroporto foi construído em um terreno que já pertenceu ao tio-avô do tucano.
“Não tenho absolutamente nada a esconder. Esse aeródromo já usei várias vezes antes de a pista ser asfaltada. Nos últimos 30 anos, desde a minha juventude, ele era usado por empresários, fazendeiros, pessoas da região. E depois da conclusão da obra, quando eu já não era mais governador do Estado, pousei ali algumas poucas vezes em avião da minha família, para ser mais específico do Gilberto Faria, que era casado com a minha mãe. Se algum equívoco houve, certamente eu posso reconhecer, por não ter me preocupado em examinar em que estágio o processo de homologação estava. Este é um equívoco e eu quero reconhecer”, afirmou, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo afirmou que o governo de Minas Gerais gastou quase 14 milhões de reais para a construção de um aeroporto dentro de uma fazenda do tio-avô do tucano, Múcio Guimarães Tolentino. Segundo a reportagem, a área do aeroporto foi desapropriada pelo governo de Minas, que fez um depósito judicial de 1 milhão de reais pelo terreno. O tio-avô de Aécio contesta o valor. Concluído em 2010, o aeroporto ainda não foi homologado pela Anac para uso público, e o acesso é controlado pelos donos da fazenda, conforme diz a reportagem.
Em VEJA desta semana: A construção de um aeroporto, impecável do ponto de vista legal mas discutível eticamente, acirra a guerrilha suja na internet contra Aécio Neves
Nesta quarta, Aécio voltou a dizer que não houve irregularidade na reforma da pista e reafirmou que ela não beneficiou sua família, cuja fazenda fica a poucos quilômetros de distância do local. “Tenho sido acusado de cometer um ato ilícito, de construir um aeroporto público em área privada, e essa questão já foi esclarecida e noticiada, pois se trata de uma obra pública feita de forma correta, em uma área pública, com o objetivo de beneficiar uma comunidade, uma região”, disse. “A obra foi legal, foi necessária do ponto de vista econômico e não beneficiou ninguém da minha família.”