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Advogada sobre imprensa: “Vocês provocam a massa”

Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg, acusa imprensa de incitar população contra ela. Na manhã desta terça, depois de desistir de depoimento de mãe de Eloá, ela deixou Fórum pelos fundos diante das vaias do público

Por Carolina Freitas, de Santo André
14 fev 2012, 21h55

A advogada Ana Lúcia Assad, que defende Lindemberg Alves no julgamento do caso Eloá, acusou a imprensa de incitar a população contra ela. No intervalo do Tribunal do Júri, depois do depoimento do comandante do Gate, Adriano Giovanini, a advogada foi a primeira a deixar a sala. Acompanhada do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santo André, Fábio Picarelli, postou-se diante do Fórum, bem em frente às câmeras de TV – não sem antes solicitar a escolta de mais de dez policiais.

Todos esperavam uma palavra da advogada, que não havia concedido entrevista nesta tarde. Quem falou, no entanto, foi Picarelli, que pediu a compreensão e o respeito dos jornalistas com a advogada. Ele recusou-se a esclarecer sobre o que estava falando e, depois de um minuto, os dois dirigiram-se ao interior do tribunal. A advogada ignorou os apelos da imprensa para que explicasse o que estava acontecendo.

Alguns repórteres foram atrás da advogada e insistiram. Só então Ana Lúcia resolveu falar. “Vocês provocam a massa. Eu saio na rua escoltada pela polícia por coisas que eu nunca falei”, disse. “Isso é ser leviano, colocar minha integralidade (sic) física em risco”.

Discussão – Nesta terça-feira, a advogada teve de deixar o Fórum de Santo André pela porta dos fundos diante das vaias do público na hora do almoço. O comportamento dela chamou atenção no segundo dia de julgamento. Ana Lúcia chegou a dizer que a juíza Milena Dias, que preside o júri, tinha que voltar a estudar. Em resposta, foi ameaçada de processo por desacato pela promotora Daniela Hashimoto.

Ela também surpreendeu a todos ao voltar atrás na intenção de arrolar a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, como testemunha de defesa depois de ameaçar abandonar o julgamento no primeiro dia. Ana Lúcia disse ter ficado muito incomodada por causa de notícias de que ela teria discutido com a mãe de Eloá nesta manhã. “Eu nunca discuti. Eu conversei com a juíza porque desisti de ouvir Ana Cristina, não me dirigi à mãe de Eloá. Estou sendo hostilizada por coisas que eu não falei.”

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Cenário – A advogada estava visivelmente irritada. O cenário criado por ela condiz com a imagem que vem tentando traçar da imprensa diante dos jurados. Desde o primeiro dia, a advogada tenta corresponsabilizar a imprensa e a polícia pelo desfecho do sequestro de mais de 100 horas de Eloá. “É por causa de alguns membros da imprensa também que esse caso existe.”

Logo depois de desabafar diante dos repórteres, a defensora de Lindemberg retornou ao plenário. O esperado é que o júri ouvisse o depoimento da última testemunha arrolada pela defesa, o tenente do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) Paulo Sérgio Squiavo. No entanto, Ana Lúcia apresentou um requerimento contestando a ata do julgamento. Alegou que os protestos feitos por ela não tinham sido registrados. O pedido foi negado.

Além da questão técnica – que atrasou ainda mais o julgamento – , ela tomou uma atitude no mínimo inusitada: levou ao plenário sua insatisfação com a imprensa, voltou a dizer que não tem segurança para ir às ruas. E exibiu um colete à prova de balas. “Por causa da imprensa, essa advogada está sendo muito hostilizada pelos populares que acompanham o julgamento e teme por sua integridade física. Tanto é verdade que foi enviada a essa defensora um colete à prova de balas”, disse.

E fez nova ameaça de abandonar o julgamento: “Se essa hostilização continuar por conta de falsos informes por algum membro da imprensa, essa defesa não se sente segura para continuar os trabalhos em plenário”.

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Escolta – A juíza Milena Dias respondeu à altura: “Em nenhum momento a douta defensora foi hostilizada nas dependências do plenário, o qual está repleto de policiais que, com muita eficiência, estão garantindo a segurança e a tranquilidade de todos os presentes. Tanto é assim que as algemas do réu puderam ser retiradas”, afirmou a magistrada, acrescentando que a advogada procurasse as autoridades competentes, do lado de fora do tribunal, caso se sentisse insegura.

A sessão foi suspensa pouco depois de 23 horas e será retomada nesta quarta-feira, às 9 horas, com os depoimentos de Squiavo e de Lindemberg Alves. A expectativa é que o julgamento termine ainda na quarta.

Ana Lúcia Assad deixou o Fórum de Santo André pouco antes da meia-noite. Escoltada pela polícia, por solicitação dela.

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