A CPI que pode atrapalhar plano de Haddad de regulamentar casas de apostas
Governo prepara uma série de regras para colocar ordem no jogo que gera bilhões em lucro às empresas
Enquanto os técnicos do Ministério da Fazenda trabalham com um olho no relógio e outro no calendário para cumprir o prazo determinado por Fernando Haddad (fim de março) e criar a Medida Provisória que regulamenta o mercado de apostas esportivas, uma colheita de assinaturas para a criação de uma CPI tem tirado o sono do time responsável pelos estudos.
O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PB) passa parte de seu dia correndo os gabinetes do Congresso para conseguir apoio para investigar os mais recentes casos de manipulação de resultados no futebol brasileiro. Um deles teria ocorrido em três jogos da Série B do Brasileirão do ano passado e é investigado pelo Ministério Público de Goiás. “É um setor que movimenta bilhões de reais por ano e não podemos ficar assistindo todos os indícios e não apurar nada. O remédio que eu tenho é a CPI e não irei desistir”, afirma.
Embora não discordem das investigações parlamentares, os assessores de Haddad que estão elaborando os textos veem na comissão um potencial de tirar o foco no que importa para eles: a aprovação da MP depois que ela for editada. “Não é o melhor momento, até porque, quem das empresas eles vão chamar para depor? Eles vão ao Caribe enviar a convocação?”, provoca um auxiliar do petista, citando o fato de as empresas de apostas serem sediadas atualmente fora do Brasil.