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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Globo de Ouro causa furor ao esnobar a incensada ‘I May Destroy You’

Queridinha da crítica, série inglesa foi ignorada nas indicações - enquanto, para surpresa geral, a descerebrada 'Emily in Paris' marcou presença na lista

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 fev 2021, 14h13

É comum que, ao divulgar anualmente suas listas de indicados, prêmios como Globo de Ouro, Oscar e Grammy sejam metralhados por esnobar trabalhos muito elogiados ao longo do ano. São séries, filmes, diretores e atores que chamaram a atenção e eram tidos como certos entre os concorrentes em busca de uma estatueta. Nessa gritaria há sempre certo exagero e, não raro, choro de mau perdedor. Mas a indignação faz todo sentido no caso de uma escorregada inexplicável do Globo de Ouro deste ano. Ao anunciar os indicados de 2021 nesta quarta-feira, 3, a premiação ignorou solenemente uma das melhores minisséries do ano passado: a impecável I May Destroy You.

A série exibida pela HBO foi escrita e estrelada pela inglesa Michaela Coel, de 33 anos, talento em ascensão na TV britânica. Inspirada numa experiência pessoal, Michaela narra a trajetória de uma jovem escritora e influenciadora das redes sociais que sofre um estupro e passa por altos e baixos para superar o trauma. A temática pesada é manipulada de forma magistral pela roteirista, que adiciona humor e até fantasia ao drama, enquanto divide os holofotes com outros personagens da sua faixa etária, todos em busca de um norte na transição para a vida adulta.

A repercussão da falta da série entre os indicados foi enorme. E o furor só aumentou com presença de Emily em Paris, uma bobagem da Netflix, entre os indicados na categoria de melhor série cômica. Vale ressaltar que, se fosse indicada, I May Destroy You estaria em outra categoria, a de melhor minissérie. Mesmo não sendo concorrentes diretas, porém, a inclusão de uma e a total ausência da outra levantaram um turbilhão de críticas na imprensa americana e entre os próprios profissionais da televisão. Em artigo para o jornal inglês The Guardian nesta quinta-feira, 4, Deborah Copaken, uma das roteiristas de Emily em Paris, se manifestou sobre a comparação. Ela disse que, sim, I May Destroy You deveria estar indicada, não só porque foi uma das melhores séries do ano passado, mas também por ser a mais representativa de um tempo em que se discute racismo, abuso sexual e os excessos dos jovens nas redes sociais. Deborah está certa.

I May Destroy You é tudo isso e o faz sem pender para a dita “lacração”. É ainda mais relevante em quesitos técnicos, como a qualidade do roteiro, sem pontas soltas, gorduras ou clichês, e a ótima direção de atores. Logo, ao deixar de lado um título como esse, o Globo de Ouro não só cai merecidamente na malha fina dos defensores dos esnobados: demonstra uma brutal falha de julgamento, colocando em risco sua própria reputação (a qual, vamos combinar, nunca foi lá muito levada a sério). Uma imagem arranhada que nenhum filtro de Instagram usado pela mocinha de Emily em Paris poderia reverter.

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