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O que faz Guedes no governo Bolsonaro?

Como um jogador em maré de azar, Guedes não consegue se levantar da mesa

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 25 mar 2021, 19h04 - Publicado em 23 fev 2021, 18h09

A gestão de Paulo Guedes na Economia é, indiscutivelmente, um fracasso. Guedes não privatizou nada, não vai privatizar nada, a reforma da Previdência já estava encaminhada quando chegou, é quase impossível que consiga fazer reforma administrativa ou tributária (se, por um milagre, as fizer, não serão significativas), nem sequer menciona abertura comercial. Demorou a reagir à Covid e errou, e continua errando, na resposta. Foi desautorizado, atropelado e humilhado por Bolsonaro vezes sem conta.

Agora, Bolsonaro provocou um terremoto no mercado ao demitir o presidente da Petrobras e anunciar que vai “meter o dedo” no setor elétrico. Comenta-se ainda que deve demitir o presidente do Banco do Brasil e alguns dos auxiliares de Guedes no Ministério da Economia. Até em desmembrar o Ministério da Economia se fala. Enquanto o presidente da República o submete à maior humilhação de sua vida, Guedes está em silêncio, escondido em algum buraco.

O que Guedes está esperando para pedir o boné?

Há quem diga que Guedes deve ficar no governo não mais “atacante”, mas como “goleiro”. Isto é, vai “defender” a área econômica de eventuais barbaridades que Bolsonaro possa ainda cometer. Que tipo de pessoa acredita em uma sandice dessas? Guedes não consegue impedir que Bolsonaro nomeie para a Petrobras um general com a missão de segurar o preço do combustível (e fazer coisas ainda piores), vai “defender” o quê?

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Banqueiro de sucesso, Guedes, nunca foi convidado a formular políticas públicas, e passou a vida a criticar os economistas que as formulavam. Acreditou que Bolsonaro — o presidente mais antiliberal desde a ditadura — lhe daria a chance de realizar uma agenda liberal e de provar aos pares, ao mundo e a si mesmo o quão genial é.

Errou feio e fracassou miseravelmente, mas, como o jogador de pôquer na maré de azar, não consegue admitir para si mesmo que perdeu, não consegue se levantar da mesa. Em vez de pôr um limite a suas perdas (o que o mercado financeiro chama de stop loss, mas que Guedes, curiosamente, parece desconhecer), e realizar o prejuízo, o ministro segue dobrando a aposta. Até o amargo fim.

Guedes não permanecerá no governo para “defender” o que quer que seja. Permanecerá para fugir do espelho e para fornecer a certas pessoas (na Faria Lima ou fora dela) o pretexto para apoiar Bolsonaro dizendo-se liberais — quando a palavra que as define é “reacionárias”.

  • Leia também: Pandemia encurrala governo Bolsonaro, que mostra tímidos sinais de melhora
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