O Brasil dança à beira do precipício
A PEC da Impunidade não está morta e não é um esforço isolado
Felizmente, não deu certo.
Mas Arthur Lira tentou aprovar, de roldão, a PEC da Impunidade — e chegou perto de conseguir.
Mas o assunto não está encerrado, e não é um esforço isolado: a PEC faz parte de um conjunto.
Bolsonaro interferiu na Polícia Federal, cooptou o Procurador-Geral da República e ministros de tribunais superiores , transformou o ministro da Justiça e o Advogado-Geral da União em seus advogados pessoais, nomeia um militar atrás do outro (militares, como ensinou Pazuello, sempre obedecem ao chefe), hostiliza a imprensa, processa jornalistas com base na a Lei de Segurança Nacional, ataca a democracia diuturnamente.
Recentemente, a Câmara entregou seu comando a um apaniguado do presidente, e ele ainda não desistiu de entregar a comissão mais importante da Casa, a de Constituição e Justiça, a uma bolsonarista radical.
O caso Daniel Silveira deveria levar o Congresso a substituir a Lei de Segurança Nacional por uma lei de defesa da democracia que garanta punição severa e inquestionável para golpistas como o deputado brucutu. Em vez disso, a Câmara cogita alterar a Constituição para garantir impunidade justamente àqueles que lutam para rasgar a Constituição e fechar a Câmara.
O Brasil dança à beira do precipício.