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O LÍRICO DA MAROLINHA, LUPPI E BRIGITTE BARDOT

Lula, o Lírico da Marolinha, deveria se desculpar pela besteira que falou. O efeito da crise no Brasil, no que concerne ao emprego (ver um dos posts abaixo), já está mais perto mesmo de uma tsunami. Culpa do Apedeuta? A crise não é de sua responsabilidade. Mas a bonança também não era. E por que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h20 - Publicado em 14 jan 2009, 05h53
Lula, o Lírico da Marolinha, deveria se desculpar pela besteira que falou. O efeito da crise no Brasil, no que concerne ao emprego (ver um dos posts abaixo), já está mais perto mesmo de uma tsunami. Culpa do Apedeuta? A crise não é de sua responsabilidade. Mas a bonança também não era. E por que deveria se desculpar? Porque vendeu uma falsa ilusão e prometeu o que não poderia entregar. Quando saiu à cata de responsáveis pela crise — os EUA, os empresários que demitem, os brasileiros que não consomem… —, buscava preservar o mito de que foi ele, sim, que fez a economia crescer, mas os outros é que a fazem desabar.

Ontem, o ministro do Trabalho, o sempre inacreditável Carlos Luppi, teve alguns faniquitos com as empresas que, segundo disse, estão recebendo a ajuda de “bilhões” do governo e, ainda assim, estão demitindo: “E é dinheiro público”, esbravejou. Para esse brontossauro do sindicalismo, só deveriam receber ajuda as empresas que prometessem não demitir…

Ai, ai… Fosse assim, então o Brasil deveria estatizar de vez o mercado de trabalho, não é mesmo? “Quer empréstimo, empresa? Então não demita”. Luppi não se conforma que a lei de mercado continue a existir mesmo que uma empresa obtenha socorro oficial. Com efeito, o governo não é obrigado a socorrer ninguém. Sem estímulo às montadoras, é possível que a GM, para ficar no caso mais notório, tivesse demitido mais do que os 900 e poucos temporários. Ora, será que o próprio governo acredita nesse discurso? Duvido. Mais uma vez, o que se faz é encontrar um bode expiatório para a crise: os empresários que demitem.

Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, por sua vez, jogou a batata quente no colo do governo e desceu o sarrafo nos juros — com efeito, os mais altos do mundo. O governador José Serra (PSDB-SP) fez a mesma crítica. Seriam as condições brasileiras tão piores ou tão particulares na comparação com as dos países (a maioria) que baixaram a taxa? Não vi nenhuma argumentação consistente garantindo que sim. A inflação chegou a preocupar num certo período, mas, convenham, estão dadas já há algum tempo duas condições inegáveis contra os juros altos: o preço das commodities está em queda, e há recessão nas economias centrais, empurrando para baixo também o crescimento do Brasil. Bem, até o presidente do Bradesco considera que os juros são excessivos…

“Ah, mas agora o BC cairá em si etc”. Vamos ver. Há alguns dias, o impagável Delfim Netto, comentando o que considera a demora do Banco Central em baixar os juros, deu a sua própria versão daquele belo verso de Thomas Antônio Gonzaga, em Marília de Dirceu: “As glórias que vêm tarde já vêm frias”. Segundo ele, baixar a Selic depois de tanta demora corresponde a premiar um coração apaixonado com Brigitte Badot — a de hoje, não a de 40 anos atrás… As glórias que vêm tarde já vêm frias.

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