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O escândalo CEF-Panamericano: “Do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar”…

Leiam o que informam Fabio Graner e Fernando Nakagawa, no Estadão Online. Volto em seguida: O diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, explicou nesta quarta-feira, 10, que se o Banco Panamericano fosse liquidado neste momento o rombo financeiro seria da ordem de R$ 900 milhões. O aporte feito ontem à noite pelo controlador, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h39 - Publicado em 10 nov 2010, 20h36

Leiam o que informam Fabio Graner e Fernando Nakagawa, no Estadão Online. Volto em seguida:

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, explicou nesta quarta-feira, 10, que se o Banco Panamericano fosse liquidado neste momento o rombo financeiro seria da ordem de R$ 900 milhões. O aporte feito ontem à noite pelo controlador, o empresário Silvio Santos, no entanto, foi maior: de R$ 2,5 bilhões. A diferença é explicada pela necessidade de ajuste patrimonial da instituição de cerca de R$ 1,6 bilhão.

Durante entrevista, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Ferreira, informou ainda que a legislação vigente prevê que a responsabilidade do caso é de todos os sócios, inclusive da Caixa que é sócia minoritária. “Portanto, ela tem responsabilidade legal”. Ele negou a afirmação de que o fato de a Caixa ser uma instituição controlada pelo Tesouro Nacional seria impeditivo para a liquidação do Panamericano.

Hoffmann informou, ainda, que “há indícios de venda dupla” de carteiras. Ou seja, um mesmo ativo pode ter sido vendido a mais de um banco. Segundo ele, há vários indicativos que apontam para o crime financeiro. “Há perspectiva que certamente vão redundar em processo para o Ministério Público”, disse.

Vida normal
Hoffmann disse que, após o aporte de R$ 2,5 bilhões do Grupo Silvio Santos no banco PanAmericano, a instituição financeira está recuperada e segue vida normal. Para ele, as instituições que operam com o Panamericano não têm motivo para se preocupar no curto e médio prazos. “O mercado verá o banco como confiável porque está com seu com seu balanço reconstituído. O banco tem uma liquidez imensa”, disse Hoffmann. “Não vemos razão para preocupação de qualquer outra contraparte que viesse a ter dificuldade com este banco no curto e médio prazo”, acrescentou o diretor, destacando que o controlador aportou recursos para cobrir as operações e que toda a diretoria do banco foi trocada, contando com a presença de cinco indicados da Caixa Econômica Federal e mais três nomes “de tradição” no mercado.

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Voltei
Um exercício sempre muito ilustrativo é inverter os papéis oposição/governo para saber como estariam reagindo os atores. Então o roteiro fictício é o seguinte. O presidente é Fernando Henrique Cardoso — Geraldo Alckmin ou Serra, tanto faz —, e a Caixa Econômica Federal enfia mais de R$ 700 milhões num banco privado, adquirindo parte de suas ações, mas não seu controle. A operação, naturalmente, interessa ao controlador da instituição — não por acaso, dono de uma emissora de televisão, desses que jamais seriam molestados pelo tal “controle social da mídia” que algum tucano tarado estaria querendo fazer.

Depois de uma exaustiva apuração da situação do banco, a CEF concluiu que era um negocião. Há quatro meses, o Banco Central deu sua bênção à operação. Há coisa de um mês, descobriu-se que o Panamericano havia maquiado suas contas. Mais ou menos nesse período, Silvio Santos, o controlador da instituição, manteve um encontro fora da agenda com o presidente Tucano, já alçado a controlador do Brasil. O escândalo vem à luz 10 dias depois da eleição —  com a vitória de um tucano, naturalmente.

Agora imaginem
O que o PT estaria dizendo a esta altura? Procuradores fariam fila para ver quem  meter primeiro na cadeia. O noticiário seria invadido pelas suspeitas de fraude, conluio e compadrio. Mas o PT não está na oposição. E a pauta passa a ser esta: a CEF, gente, não foi lesada, tá? Silvio Santos é que está dando as garantias.

Não foi? Então leiam o que informa o Estadão Online:
“As ações da instituição já são negociadas abaixo do valor contábil diante da forte queda de quase 30% no pregão de hoje. A grosso modo, um banco vale menos que seu patrimônio quando o mercado desconfia de sua saúde financeira ou quando possui uma rentabilidade inferior aos custos de captação. Com base nas cotações de hoje, o valor de mercado do Panamericano gira em torno de R$ 1,167 bilhão. Para efeito de comparação, na abertura de capital da instituição, em dezembro de 2007, o banco foi avaliado em quase R$ 2,5 bilhões. Na BM&FBovespa, os papéis do banco fecharam em queda de 29,54% a R$ 4,77, abaixo dos R$ 5,61 declarados no patrimônio líquido do segundo trimestre deste ano. Para efeito de comparação, as ações de grandes bancos privados, como Itaú Unibanco e Bradesco, são negociadas a quase 300% acima do valor registrado no balanço.”

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Eis um negocião feito pela Caixa Econômica Federal!

O mais curioso é que lemos também que a Caixa pode recorrer à Justiça contra o Panamericano. Certo! O BC vai apurar as responsabilidades dos dirigentes do banco. É uma obrigação. Mas eu tenho uma questão: e quem vai apurar as responsabilidades da CEF nesse péssimo negócio? A instituição meteu mais de R$ 700 milhões numa fraude.

É o que eu sempre digo: ninguém privatiza recursos públicos como o PT. A privatização tucana era assim: o empreendedor privado ficava com a estatal — na verdade, com parte das ações — e pagava uma bolada ao poder público. No petismo, é o contrário: o poder público paga uma bolada para instituições privadas, não controla o negócio e ainda toma na cabeça. A privatização tucana dividia com todos os brasileiros o lucro — na forma de mais telefones, de mais empregos e investimentos etc. A privatização petista divide com todo mundo o prejuízo

Como diria Silvio Santos,
“do mundo não se leva nada/
vamos sorrir e cantar/
lá, lá, rá, rá/
lá, lá, rá, rá…

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