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Marina, o discurso do ódio à política, o programa nazista e a Lei de Godwin

Ai, ai, ai… Vamos lá: conheço, sim, a Lei de Godwin, cuja síntese poderia ser esta: “Apelou ao nazismo, perdeu”. Segundo o advogado Mike Godwin, num debate esganiçado, a probabilidade de alguém fazer uma analogia com o nazismo ou Hitler é igual a 1 — ou seja, de 100%. Fazê-lo, diz, significa não ter mais […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h13 - Publicado em 22 ago 2014, 22h02

Ai, ai, ai… Vamos lá: conheço, sim, a Lei de Godwin, cuja síntese poderia ser esta: “Apelou ao nazismo, perdeu”. Segundo o advogado Mike Godwin, num debate esganiçado, a probabilidade de alguém fazer uma analogia com o nazismo ou Hitler é igual a 1 — ou seja, de 100%. Fazê-lo, diz, significa não ter mais argumentos. Huuumm… O que não me falta — o arquivo está aí — são argumentos para contestar as ideias, ou o que seja o que ela diz, de Marina. Mas não será Godwin a me impedir de evidenciar que certas ideias têm paternidade. Ora se têm!

Querem ver?

Leio (post anterior) que, indagada sobre se permaneceria ou não no PSB, Marina, como sempre, não respondeu o que lhe foi perguntado e se saiu com esta:
“Eu me comprometo a governar o Brasil, nós não devemos tratar o presidente como propriedade de um partido. A sociedade está dizendo que quer se apropriar da política. E as lideranças políticas precisam entender que o Estado não é o partido, e o Estado não é o governo”.

Então tá. Em 1920, o Partido Nazista lançou em Munique o seu programa-manifesto com 25 itens — a maioria das propostas, diga-se, era de esquerda. Lê-se no item 6:
“O direito de decidir sobre o governo e a legislação do Estado só pode pertencer ao cidadão. Por conseguinte, exigimos que toda função pública, seja ela qual for, tanto ao nível do Reich como do Land ou da comuna, só possa ser ocupada por quem é cidadão. Combatemos o sistema parlamentar corruptor por atribuir postos unicamente em virtude de um ponto de vista de partido, sem consideração do mérito nem da aptidão.”

É inescapável constatar que a pegada é, sim, a mesma: prega-se, o que parece bom num primeiro momento, a apropriação do estado pela “sociedade” — no caso de Marina — ou pelo “cidadão”, no caso dos nazistas. Em ambos, notem, há um repúdio à política, aos partidos, às instituições tradicionais da democracia.

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“Está chamando Marina de nazista?” Não! Se eu achasse, chamaria. Estou, isto sim, evidenciando, com um exemplo histórico, que ela tem uma visão autoritária da política, embora simule o contrário — como, aliás, simulavam os nazistas. Isso quer dizer que, se ela for eleita, vai tentar fundar um partido nazista? A pergunta é, obviamente, ridícula. Mas quer dizer que, dada a fala, vai tentar governar acima dos partidos, o que nunca deu certo no Brasil e em nenhum lugar do mundo.

Figuras como ela, diga-se, só se robustecem quando instituições vivem uma fase de descrédito. Há os que tentam recuperar o prestígio desses entes para que a sociedade continue a avançar no caminho da democracia representativa. E há os que exploram a crise, buscando aprofundá-la, em benefício de seu próprio projeto de poder.

Eu acho que Marina é do segundo tipo. É isso aí. Godwin não vai me impedir de dizer o que tem de ser dito.

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