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Levy é o amigo chato que se oferece para cronista tautológico das nossas aflições

Ministro defende mais impostos para resolver a equação fiscal e para voltar a crescer. Depois viriam as reformas... Você topa?

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h10 - Publicado em 5 nov 2015, 20h45

Joaquim Levy, ministro da Fazenda, lembra o mais chato dos amigos que alguém pode ter. Explico. O mais chato dos amigos não é aquele que a gente sabe que mente um pouco, não é aquele que conta vantagens sobre si mesmo, não é aquele que vive sonhando coisas mirabolantes, que bebe e repete mil vezes a mesma história. Não! O mais chato dos amigos é o que se oferece como cronista do nosso desassossego. Quer viajar com um amigo chato? Então vamos lá.

“Nossa! Essa estrada está muito esburacada! Pra resolver isso, é preciso que alguém invista aqui.” A gente concorda, claro.

Mais adiante:
“Como é longe! Já estou cansado! A gente deveria ter vindo de avião. Seria muito mais rápido!”. Sim e sim.

Passa um pouco:
“Estou com fome! Mas não dá para confiar na comida desses postos de estrada”.

Tudo bem. O nosso amigo é chatinho, mas a gente gosta dele. E ele também não está obrigado a oferecer uma solução para os problemas que aponta, né? Felizmente, não é da alçada dele.

Levy falou na Fiesp, em São Paulo, nesta quinta. Deixou claro que, sem novo imposto, não tem jeito. Em entrevista posterior, mandou ver, ao defender a CPMF:
“Se você não tem determinado recurso, você vai ter que descobrir o que deixar de gastar, e como é que será a vida, mas certamente será mais difícil e trará mais intranquilidade”.

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O Conselheiro Acácio, célebre pelas obviedades que nada diziam, concordaria com ele. O ministro afirmou, em suma, que, com dinheiro, fica mais fácil gastar. Concordo!

O titular da Fazenda deixou claro que o governo teria mais facilidade para remanejar verbas do Orçamento se… tivesse mais facilidade para remanejar verbas do Orçamento!!! E isso eu também sei desde que tropecei na primeira tautologia. O dinheiro da Saúde e da Educação, por exemplo, é carimbado. E as esquerdas, capitaneadas pelo PT, querem é ampliar o valor dessa verba que não pode ser remanejada.

Levy é do governo, nós não somos. A gestão à qual ele pertence poderia propor emendas constitucionais nesse sentido. Mas não vai fazê-lo. Então o ministro segue com sua cascata tautológica.

Ele quer mais impostos para, como diz, pôr a casa em ordem. Aí, sim, o país poderia, então, voltar a crescer. Certo! Retomado o crescimento, aí será a hora, como ele disse, das reformas mais profundas. Afirmou:
“Em seguida, pode-se entrar firmemente nas chamadas reformas estruturais, reunir vontade política (…) para fazer reformas profundas, para dar forma ao país que a gente quer. Um país da inclusão, da eficiência, e o mais rápido possível.”

Quais reformas? Cadê o plano?

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O ministro integra um governo que iniciou o ano prometendo um superávit de R$ 66 bilhões e que vai terminá-lo com um déficit de R$ 120 bilhões (incluindo as pedaladas). É essa gente que pede mais imposto à sociedade? Por que nós lhe daríamos o que nos pede?

Temo, sinceramente, o momento em que a própria credibilidade de Levy possa ser afetada. Sabem qual é o ponto principal? A sua agenda não é a agenda do Planalto — exceção feita, claro!, à elevação de impostos, principalmente com a recriação da CPMF.

E pior para ele: por enquanto ao menos, a contribuição não passa no Congresso de jeito nenhum.

Houvesse um mínimo de seriedade na turma à qual ele serve hoje — Não! Ele não fabricou o desastre! —, não estaríamos nessa situação periclitante. Mas, digamos que, depois das burradas, houvesse recuperado o juízo… Fosse assim, qual seria o caminho? Apresentar, por exemplo, a proposta de elevação de impostos e anunciar, então, o projeto de reformas. Qual é o combo?

Mas não há nada disso, não! O que se pede é a velha licença para bater a nossa carteira.

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