Sob pressão internacional, Bolsonaro vai a almoço com diplomata europeu
O presidente levou os ministros da Saúde, Meio Ambiente e Relações Exteriores ao encontro
Pressionado pela comunidade internacional por conta da questão ambiental e do agravamento da crise da pandemia da Covid-19 no país, o presidente Jair Bolsonaro resolveu abrir sua agenda nesta quarta-feira para almoçar com o embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Wilson. A iniciativa ocorreu a uma semana da Cúpula de Líderes sobre o Clima, promovida pelo presidentes dos EUA, Joe Biden, tida como a “hora da verdade” para o Brasil, como revelou o Radar desta semana. Ministros do governo Bolsonaro foram alertados que este será o momento para que o presidente demonstre seu empenho em reconstruir a política ambiental de preservação da Amazônia.
A mudança climática foi um dos assuntos abordados no encontro, que aconteceu na sede da representação diplomática britânica, em Brasília. Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto foi advertido em sigilo por emissários da Europa e dos Estados Unidos sobre a gravidade do momento para o Brasil na discussão do tema perante a comunidade internacional. O Reino Unido, aliás, sedia em novembro a Conferência sobre Mudança Climática, a COP-26, em Glasgow, na Escócia.
Para o almoço de “cortesia”, Bolsonaro levou seus ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e das Relações Exteriores, Carlos França, além do secretário de Assuntos Estratégicos e da Comunicação, o almirante Flávio Rocha, e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A vacinação contra a Covid-19 e questões comerciais entre o Brasil e o Reino Unido também entraram no menu do convescote, que não entrou na agenda oficial de nenhuma das autoridades envolvidas.