CPI só produziu ódio e rancor, diz Bolsonaro no Ceará
Ao ouvir gritos de ‘vagabundo’ direcionados pelo público a Renan Calheiros, presidente disse que ‘a voz do povo é a voz de Deus’
Jair Bolsonaro disse há pouco que a CPI da Pandemia, que apresentou seu relatório nesta quarta-feira, não fez nada de produtivo para o Brasil a não ser despertar “ódio e rancor” em parte da população. Enquanto senadores discutem o documento elaborado por Renan Calheiros, o presidente participa de um evento na cidade de Russas, no Ceará, com o ministro Rogério Marinho. Bolsonaro disse que ele e seu governo não tiveram culpa de “absolutamente nada” na pandemia. E que foi a CPI quem fez ministros e servidores perderem tempo nas audiências e depoimentos em momentos em que poderiam estar combatendo a doença.
“Como seria bom se aquela CPI tivesse fazendo algo de produtivo para o nosso Brasil. Tomaram o tempo de nosso ministro da saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários. Nada produziram a não ser o ódio e o rancor entre alguns de nós. Mas nós sabemos que não temos culpa de absolutamente nada. Sabemos que fizemos a coisa certa desde o primeiro momento”, disse Bolsonaro.
Pouco antes, Bolsonaro valorizou o fato de ter provocado aglomerações nos períodos mais agudos da crise sanitária. Ele disse que com o intuito de “interpretar os sinais do povo” ele, “mesmo na pandemia”, esteve “no meio de vocês”. “Não adianta querer me pressionar a me afastar de vocês porque eu não consigo. Eu levo a mensagem para vocês diferente da do pavor”, disse ele.
Neste momento, o público começou a gritar “Renan vagabundo” em direção ao palco. Bolsonaro não entendeu de imediato o coro. Ele se inclinou na direção de Marinho, que cochichou as palavras no ouvido do presidente. Bolsonaro respondeu ao público como se concordasse com os gritos. “A voz do povo é a voz de Deus”, disse ele, que recebeu de volta aplausos da claque.