Com mudança de planos, CPI ouvirá vendedor que denunciou pedido de propina
Senadores decidiram antecipar depoimento por conta de habeas corpus concedido ao sócio da Precisa, Francisco Maximiano, que deveria depor nesta quinta
Estava tudo pronto para o depoimento do empresário Francisco Maximiano à CPI da Pandemia na manhã desta quinta-feira, mas um habeas corpus concedido na véspera pela ministra Rosa Weber, do STF, provocou uma mudança de planos de última hora.
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A cúpula da comissão decidiu antecipar a oitiva de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresentou em entrevista à Folha publicada na terça como representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply e disse ter recebido proposta de propina 1 dólar por dose de vacina para venda ao Ministério da Saúde. A denúncia causou a demissão do diretor de Logística da pasta, Roberto Dias.
Inicialmente, a ida do vendedor à CPI estava marcada para esta sexta, mas os senadores ficaram com receio de Maximiano, sócio da Precisa Medicamento que intermediou o contrato para a compra da vacina indiana Covaxin, se amparasse na decisão de Rosa Weber para ficar em silêncio durante o seu depoimento, a exemplo do que ocorreu nesta quarta com o empresário Carlos Wizard.
Em tempo: a ministra assegurou ao empresário o direito ao silêncio, de não responder perguntas potencialmente incriminatórias.
Por conta do rearranjo, a CPI enfrentará a segunda e mais recente denúncia de corrupção envolvendo o Ministério da Saúde na compra de vacinas contra a Covid-19.