A três dias da eleição, PR tem ‘intervenção militar’ em pedágios
A governadora Cida Borghetti (PP), que é candidata à reeleição, determinou que oficiais da PM trabalhem dentro das concessionárias
A governadora do Paraná, Cida Borghetti (PP), determinou nesta quinta-feira (4) uma intervenção nas empresas que administram os pedágios das estradas federais no Paraná. A medida estabelece que seis oficiais da reserva da Polícia Militar (PM) passarão a trabalhar dentro das concessionárias pedágio de forma a impedir a continuidade de atos considerados ilegais ou irregulares.
De acordo com o governo, o ato é uma reação às irregularidades reveladas pelas Operação Integração I e II. A operação, um desdobramento da Lava Jato no estado, revelou que os preços cobrados nos pedágios eram aumentados artificialmente em troca de pagamento de propina a servidores públicos e políticos. A última fase da operação prendeu o irmão do ex-governador Beto Richa (PSDB), que foi seu secretário de Infraestrutura e Logística. A pasta era responsável pelos contratos firmados pelo estado com as concessionárias.
A intervenção foi anunciada nesta sexta-feira, três dias antes do primeiro turno das eleições na qual Cida é candidata — ela está em segundo lugar na última pesquisa Ibope, com 17% das intenções de voto, bem atrás de Ratinho Júnior (PSC), que lidera com 44%.
Neste primeiro momento, de acordo com o governo, o principal papel dos interventores será de facilitar o acesso das autoridades aos documentos das empresas e garantir respostas, dentro dos prazos, às demandas da Justiça.
A atribuição é contribuir com as investigações que apuram denúncias de prática ilícitas ao longo do programa estadual de concessões. O blog VEJA Paraná apurou que até sábado pode ser determinada uma diminuição unilateral nos preços do pedágio ou mesmo a abertura forçadas das cancelas de pedágio.
A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) divulgou nota em que afirma “que não participou e não participará de qualquer iniciativa não republicana que comprometa o desenvolvimento sustentável do programa de concessões de rodovias, baseado no diálogo aberto, transparente e ético com poderes concedentes, órgãos de controle, agências reguladoras e parlamentares”.