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O cadáver de Marielle será cabo eleitoral de Bolsonaro

Abandonada pela mídia, a "maioria silenciosa" não consegue elaborar discursos coerentes e acaba recorrendo ao neofascismo das redes sociais

Por Maicon Tenfen Atualizado em 19 mar 2018, 08h41 - Publicado em 19 mar 2018, 08h09

Quem era Marielle Franco antes de morrer?

Uma vereadora do PSOL.

O que ela se tornou depois de morta?

Uma mártir, uma heroína, uma santa, basta escolher a palavra mais eloquente.

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O fato de não conhecermos os autores do crime ajuda a edificar uma narrativa gloriosa. Por outro lado, se pode ter sido qualquer um, o cadáver da nossa Mandela instantânea será arrendado para as causas mais bobalhonas e contraditórias.

— Ela morreu por causa da intervenção.

— Ao contrário, foi para reforçar a presença dos militares.

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— Mas ela não foi eleita pelo Comando Vermelho?

— Isso é fake news! Tá na cara que o assassinato é uma continuação do golpe.

— Que golpe?

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— Como assim, que golpe? Você não tá no Face?

Ao mesmo tempo, nos jornais, o fim de semana foi tomado por obviedades tão ululantes que justificam a fuga dos leitores para o Domingão do Faustão.

Anotei algumas pérolas:

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“Não podemos deixar Marielle morrer duas vezes”.

“Era brasileira como eu e você”.

“Talvez a tragédia tenha algo de positivo”.

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“Precisamos de respostas – RESPOSTAS!”

“A Justiça baixou os sete palmos com Marielle”.

Enquanto isso, uma “maioria silenciosa” continua gritando cada vez mais alto para lembrar que o Brasil não se faz apenas de mulheres negras e faveladas. Estão certos em desconfiar da hipocrisia — o drama do feminicídio étnico serviria para ocultar problemas estruturais —, mas errados em destilar ódio pela internet, um ódio que muitas vezes se reveste de racismo e misoginia.

Abandonada pela mídia, que preferiu lucrar sobre o vitimismo das periferias, a dita “maioria silenciosa” não consegue elaborar um discurso coerente com a sua visão de mundo e acaba recorrendo ao neofascismo que cresce nas redes sociais. Gritar “Bolsonaro 2018” parece ser a única maneira de se entenderem no mundo, simplesmente porque ele faz piada com os mimimis reais ou imaginários da esquerda.

A crise aumenta a cada dia, e com a crise, aos poucos, todos começam a sonhar com soluções milagrosas (leia-se simplistas). Estamos prestes a entregar o país a um fanfarrão que faz mímica de atirador, tudo porque demos ouvidos aos delírios dos intelectuais trotskistas da Vila Madalena e dos esquerdistas da Zona Sul carioca, que inclusive elegeram a “favelada” Marielle.

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