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Por Coluna
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Um gigante chamado Leonardo

Ideal do Homem Vitruviano

Por Maria Helena RR de Sousa
Atualizado em 30 jul 2020, 19h46 - Publicado em 4 Maio 2019, 11h00

Leonardo da Vinci nasceu numa pequena aldeia perto de Florença em 15 de abril de 1452. Seu pai era um tabelião e sua mãe uma aldeã de família muito modesta. O pai não quis registrar o menino que por isso recebeu apenas o nome da mãe e foi registrado como Leonardo di San Piero da Vinci.

Eu não sei, nem ninguém sabe, se ainda teremos outro ser humano como Leonardo da Vinci entre nós. O que eu sei, e devo esse saber a Leonardo, é que “Aprender é a única coisa que não exaure a mente, nem a faz temer ou deplorar”.

Ao estudar o Homem Leonardo, vemos que ele era abertamente homosexual, numa época em que a sodomia era um crime. Vaidoso, usava roupas diferentes das de seus contemporâneos. Era canhoto, o que também incomodava os superticiosos, que eram muitos. Homem bonito, Leonardo é a representação ideal do Homem Vitruviano, o desenho do homem nu em pé dentro de um círculo e de um quadrado, com o corpo de proporções perfeitas.

Amável, simpático, gostando de conversar e de conhecer intimamente as pessoas com quem lidava em seu dia a dia, Leonardo era figura querida tanto em Florença quanto em Milão.

Seu grupo de amigos incluía artistas, matemáticos, arquitetos, dramaturgos, engenheiros, poetas, desenhistas e cientistas.

É inacreditável, ou quase, saber que o mundo teve Leonardo e Michelangelo como contemporâneos, tendo poucos anos de diferença entre eles. Por serem homens brilhantes e grandes artistas, é de se supor que fossem bons amigos. Nada mais distante da verdade: havia uma animosidade muito forte entre eles.

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Com estilos de vida absolutamente diferentes, Leonardo sociável, popular e aceitando plenamente sua condição sexual e Michelangelo sofrendo por sua condição, que ele mesmo chamava de agonia e êxtase, o que o levou a viver quase como um recluso. Os estilos artísticos também eram muito diferentes e só o que os unia era a genialidade que saltava aos olhos de todos.

Leonardo, como todo filho bastardo daqueles dias, não aprendeu a ler na escola. Foi uma criança curiosa e que por sua natural simpatia acabou fazendo bons amigos em todas as classes sóciais da Toscana de sua época, aprendendo sempre com todos com quem convivia.

Fascinado com os movimentos das águas e dos ventos estudava as correntezas do rio Arno e até morrer ainda desenhava espirais baseadas nos ventos e nos redemoinhos e fazia contas tentando reproduzir em seus desenhos as espirais perfeitas.

Deixou páginas e páginas com desenhos das pequenas rajadas de ar que tanto amava e que ele descobriu ser o que mantinha as aves planando ou voando. Arte e ciência irmanadas na mente desse gigante chamado Leonardo para quem o saber era fundamental.

Os 500 anos da morte de Leonardo me levaram a pensar muito nele e a escrever este texto. Mas confesso que esse não foi o leit motif e sim a infelicidade do Brasil atual no que se refere ao seu Ministério da Educação.

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Quais são os planos para a educação dos nossos escolares? Saber ler e escrever e dominar as quatro operações e mais nada? E se entre essas centenas e centenas de crianças houver um gênio prestes a eclodir e a enriquecer o Brasil?

Perderemos essa chance ou vamos nos consolar em ter pessoas de poucas luzes, exatamente como o atual governo parece sonhar? É bom lembrar do que um dia escreveu Leonardo da Vinci: “O ferro enferruja com o desuso; a água perde a pureza com a estagnação; e a inação suga o vigor da mente”.

Saber não ocupa espaço…

 

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa é professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005.  

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