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STF confronta Legislativo com decisão de Fux

Juiz de garantias

Por João Bosco Rabello
Atualizado em 30 jul 2020, 19h11 - Publicado em 25 jan 2020, 11h00

É maior do que sugere a discrição com que trata o assunto, o descontentamento do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com a decisão do ministro Luis Fux, do Supremo Tribunal Federal, de suspender por tempo indeterminado a legislação que estabeleceu o juiz de garantias.

Menos pelo mérito do assunto, já discutido e votado no Congresso, e mais pela risco de quebra do princípio constitucional da independência dos poderes que aqui parece claro.

Ao suspender por tempo indeterminado a Lei que estabelece a figura do juiz de garantias, o ministro Luis Fux não atingiu só o Poder Legislativo, mas o próprio Supremo Tribunal Federal com uma medida que para alguns de seus pares – e alguns parlamentares – se confunde com provocação.

Seu colega, Marco Aurélio Mello, classificou a atitude de Fux “um descalabro”, de efeito desagregador para a Corte, desgastante para a sua imagem e foco de insegurança jurídica.

Mello contornou o problema político principal, que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de pronto acusou: o desequilíbrio entre os poderes. ‘Não bateu bem”, disse ele, em tom ainda diplomático.

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Fux não só revogou uma decisão liminar do presidente da Corte, Dias Toffoli, que havia prorrogado por seis meses o exame da legislação, como atropelou a decisão do Congresso Nacional , que a produziu.

À parte o mérito da questão, é fato que Congresso legisla, não o Supremo, e a linha dessa fronteira fica cada vez menos nítida. Com a decisão de Fux o STF vira uma segunda casa revisora, a desconsiderar o papel do Senado.

INTERVENÇÃO

Vale sempre lembrar a danosa intervenção do STF ao revogar a cláusula de desempenho que o Congresso aprovara décadas atrás e que se vigente desde então, teria impedido a proliferação de legendas de aluguel. Ao se meter na política, o Supremo adiou uma decisão saneadora, da qual mais tarde se arrependeu publicamente.

A decisão de Toffoli guardava uma prudente distância dessa fronteira entre os poderes Legislativo e Judiciário, ao prorrogar por seis meses a vigência da regra para que o Judiciário a ela se adaptasse.

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Ao procrastinar o exame por tempo indeterminado, Fux não só antecipou seu voto, mas o impôs a uma provável maioria do Supremo a favor do juiz de garantias e atropelou o Congresso.

Como assume em setembro a presidência, mês em que também haverá a substituição do ministro Celso de Mello, que se aposentará por limite de idade, a decisão de Fux sugere um banho-maria no assunto, mas compra o risco de ser desautorizado pela própria Casa que virá a presidir.

 

João Bosco Rabello é jornalista  do site Capital Político (capitalpolitico.com

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