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Por Coluna
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Por que não te calas, Bolsonaro?

Sem descer do palanque

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 6 nov 2018, 11h38 - Publicado em 6 nov 2018, 07h00

Apenas nas últimas 24 horas a tomar-se a meia-noite como limite, Bolsonaro torpedeou a reforma da Previdência, deixou mal seus ministros cinco estrelas Paulo Guedes e Sérgio Moro, voltou a irritar os países árabes, desgostou Israel, pôs em risco a credibilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e estimulou o denuncismo de alunos contra os professores.

Em entrevistas a emissoras de televisão, Bolsonaro deixou o mercado financeiro em sobressalto ao dizer que ainda não “está batido o martelo” sobre a reforma da Previdência. Ele não só vê com desconfiança a ideia de substituir o modelo atual por um que pressuponha uma poupança individual do trabalhador, como não parece convencido sobre a própria reforma em si.

“Nós temos um contrato com o aposentado, você vai mudar uma regra no meio do caminho?”, perguntou o presidente eleito há pouco mais de uma semana. Para ele mesmo responder: “Não pode mudar sem levar em conta que tem um ser humano que vai ter a vida que será modificada”, disse. Bolsonaro descarta qualquer modelo de reforma que atinja os militares.

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Do laboratório onde futuros auxiliares deles testam fórmulas para financiar gastos públicos havia saído a ideia de se recriar um tipo de novo imposto em tudo semelhante à antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), vulgarmente conhecida como “imposto do cheque”. Bolsonaro voltou a repetir que isso jamais acontecerá.

Bolsonaro afirmou ter dado “carta branca” ao juiz Sérgio Moro para tocar o Ministério da Justiça e da Segurança Pública, mas em seguida admitiu que não será bem assim. No que ele e Moro divirjam, os dois terão que fazer concessões. Bolsonaro, por exemplo, não abre mão de favorecer a posse de arma “pelos brasileiros de bem”. Moro não está alinhado com ele.

Sobrou para o IBGE. “Vou querer que a metodologia para dar o número de desempregados seja alterada no Brasil. O que está aí é uma farsa”, disparou o capitão. A metodologia do IBGE baseia-se em outras adotadas universalmente e no conhecimento acumulado pelo instituto desde sua fundação. Só desperta dúvidas em quem pouco ou nada entende do assunto.

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Sobrou também para os professores. Em defesa do controverso projeto Escola Sem Partido, preste a ser enterrado em breve por decisão do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro aconselhou os estudantes a gravarem às aulas que assistirem para, se for o caso, denunciar professores que tentem ensiná-los a pensar politicamente assim ou assado.

A propósito de sua decisão anunciada de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, e no dia em que o Egito, em retaliação, cancelou a visita ao Cairo do ministro Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, Bolsonaro aparentemente recuou. “Não é uma questão de honra”, disse. Mas voltou a defender o direito de Israel sobre Jerusalém.

O recuo incomodou o governo de Israel. Apenas os Estados Unidos e a Guatemala já decidiram transferir seus embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém. O Brasil seria o terceiro país. A defesa feita por Bolsonaro do direito de Israel sobre Jerusalém aumentou a revolta dos países árabes, mercado próspero para produtos brasileiros.

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A governar sem descer do palanque de candidato, o capitão reformado Jair Bolsonaro arranjará mais encrencas para seu lado do que possa imaginar.

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