Flávio Bolsonaro, o senador denunciado por se beneficiar de dinheiro público, perdeu a voz. E, por temperamento, talvez jamais se prestasse a esse papel.
Carlos Bolsonaro, o vereador investigado pelo mesmo crime, perdeu o brilho, e de resto anda muito ocupado em apagar nas redes sociais mensagens que postou em nome do pai.
Jair Bolsonaro, o presidente da República que dispensa máscara, já fez por merecer o título de sabotador número 1 das vacinas. Tal honraria ninguém lhe tomará.
O sabotador número 2 das vacinas, portanto, é justamente o que você pensa – Eduardo Bolsonaro, deputado federal, que no passado fritou hambúrgueres e, agora, frita vidas.
Logo quando o Brasil está de quatro diante da China porque depende dela para fabricar vacinas, Bolsonaro voltou a criticar a China pelo atraso no envio de insumos.
Escreveu nas redes sociais que a Coronavac, vacina chinesa, não é aplicada nos chineses. Não disse por quê. Não apresentou provas, mas os Bolsonaro se sentem dispensados de provar o que dizem.
Justificou o atraso da vacina que a Índia não se comprometeu a dar ao Brasil, ao contrário do que anunciara seu pai:
“A vacina que está vindo do Brasil vem da Índia. Mas como a Índia pode distribuir vacinas sendo que a própria população ainda não foi vacinada? Existe uma pressão popular que gerou uma instabilidade que atrasou, e o problema já está sendo resolvido”.
Para variar, atacou o governador João Doria (PSDB-SP):
“O presidente sempre deixou claro que assim que a Anvisa chancelasse, não haveria problema. O problema é que o governador João Doria não queria que a vacina, que vem da China mas não é aplicada nos chineses, passasse pela Anvisa. E para piorar ele falava sobre vacinação obrigatória.”
Bateu também em Luciano Huck:
“Basta lembrar do apresentador do nariz grande choramingando que nada poderia fazer para ajudar o oxigênio em Manaus, este é o padrão.”
Sobrou até para a Secretaria de Comunicação do governo:
“A comunicação do governo poderia melhorar? Sim, sempre dá para aperfeiçoar tudo. Mas pense comigo: será que se o governo agisse diferente estes que criticam estariam elogiando? Adianto a resposta: a esmagadora maioria não”.
Eduardo é uma cópia escarrada do pai, e, dos filhos, o mais interessado em ficar com sua herança política.