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Por Coluna
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Novidades velhas e tímidas (por Cristovam Buarque)

Bolsonaro, Lula e FHC

Por Cristovam Buarque
Atualizado em 14 set 2020, 17h48 - Publicado em 12 set 2020, 14h00

Este Sete de Setembro, o penúltimo antes de ingressarmos no nosso terceiro centenário como nação independente, trouxe três novidades na política brasileira: o discurso patético de Bolsonaro, defendendo a democracia e elogiando a ditadura; o discurso nostálgico do Lula se propondo voltar ao poder onde esteve por 12 anos; e o mea-culpa tímido de Fernando Henrique Cardoso, reconhecendo apenas um erro cometido nos seus 10 anos, incluindo o período de Itamar.

Em passagem pelo poder, eles não representam novidade, tiveram tempo: as ideias de Bolsonaro estavam presentes e foram testadas durante os 21 anos da ditadura; as propostas do bloco democrático-progressista, de FHC e Lula, foram testadas por 26 anos, entre Itamar e Temer. Com a promessa de mudanças. Eles não trazem a novidade que o Brasil precisa para avançar ao longo do terceiro centenário. O mea culpa de FHC por causa da reeleição é novidade, mas erro maior grave foi deixarmos o Brasil sem coesão nem rumo.

Podemos nos orgulhar, desde Itamar, de termos controlado a inflação, mas deixamos uma economia com baixa produtividade, sem capacidade de inovação, baixíssima taxa de poupança, elevado custo de logística e carga fiscal. Deixamos o país se arrastando, sem crescimento. Podemos nos orgulhar de positivas políticas assistenciais para a parcela pobre, tais como Bolsa Escola/Família, Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, mas não realizamos as transformações estruturais que prometemos, não fizemos as reformas que o povo precisa e o Brasil espera.

O resultado foi uma redução na fome e na penúria, mas mantendo cem milhões sem esgoto, água ou tratamento de lixo. Dez a doze milhões de analfabetos plenos e pelo menos sete vezes mais de analfabetos funcionais. A mesma concentração de renda, a mesma atrasada qualidade e desigualdade na educação. Deixamos um estado ineficiente, com privilégios e mergulhado na corrupção.

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Precisamos de um mea-culpa mais amplo, não apenas de FHC; e mais profundo, não apenas pela reeleição. Além disso, precisamos traduzir o mea-culpa dos erros no passado em uma estratégia e um programa de unidade para o futuro. Faltando pouco tempo para a eleição de 2022, é triste ver que as novidades não formulam, nem unem. Falta mais mea-culpa, e um mea-culpa maior.

Cristovam Buarque, ex-senador pelo Distrito Federal, é autor do livro “Por Que Falhamos: Brasil 1992-2018”; Editora TeMa, Brasilia, 2020.

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