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Governo faz por merecer a pecha de racista e algoz da natureza

Quem cala consente

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 14 out 2020, 08h43 - Publicado em 14 out 2020, 08h00

Quando alguém o acusa de ser racista, o presidente Jair Bolsonaro responde que não é e nunca foi, e apresenta a sombra que carrega a tiracolo para onde quer que vá – Hélio Fernando Barbosa Lopes, conhecido como Hélio Negão, o deputado federal mais votado no Rio nas eleições de 2018. Hélio não fala, só faz rir.

Quando alguém o acusa de ser inimigo do meio ambiente, a reação de Bolsonaro costuma ser mais forte. Como não pode negar a progressiva destruição da natureza brasileira, joga a culpa nos seus antecessores e ataca seus críticos, principalmente Ongs e governos europeus que, segundo ele, cobiçam as riquezas da Amazônia.

A acreditar-se no que Bolsonaro diz, ao seu redor, como responsáveis pela implantação de políticas de Estado em setores tão sensíveis do governo, não deveriam estar executivos ineptos do tipo Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, e Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.

O mais recente feito de Camargo foi excluir o nome da ex-ministra Marina Silva da lista de personalidades negras da Fundação que dirige. O motivo: ela “não tem contribuição relevante para a população negra do Brasil. Disputar eleições não é mérito. O ambientalismo dela vem sendo questionado”.

Vem sendo questionado por quem? Ora, por ele, Camargo, e talvez por seu patrão. Marina foi empregada doméstica. Só conseguiu se alfabetizar aos 16 anos. Formou-se em história, foi vereadora, deputada estadual e duas vezes senadora, ministra do Meio Ambiente e disputou a eleição para presidente três vezes.

Ela participava de uma live, junto com o Papa Francisco e outros debatedores, quando soube ontem que Camargo tirara seu nome dos anais da Fundação responsável pela promoção da cultura afro-brasileira e o enfrentamento do racismo. E foi à base de insultos raivosos que ele o fez, atingindo outros negros:

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 – Marina Silva autodeclara-se negra por conveniência política. Não é um caso isolado. Jean Willys, Talíria Petrone, David Miranda (branco) e Preta Gil também são pretos por conveniência. Posar de ‘vítima’ e de ‘oprimido’ rende dividendos eleitorais e, em alguns casos, financeiros.

Bolsonaro teria alguma coisa a dizer em defesa de Camargo? Se nada disser, dê-se de barato que concorda com o que ele diz e faz. Como deve concordar com o que diz e faz Salles. Inexiste ministro mais reprovado do que ele. Mesmo dentro do governo, cobra-se a sua degola, mas Salles não sai. Seu padrinho não deixa.

O mais recente e controverso episódio protagonizado por Salles nada teve de original. Em depoimento prestado ao Congresso, ele repetiu o que disse na semana passada a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, que boi-bombeiro pode ajudar a apagar as chamas que queimam o Pantanal. O argumento não se sustenta.

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Boi come palha, ok. Quanto mais boi, menos palha para pegar fogo. Ocorre que a pecuária só faz avançar sobre o Pantanal. E o Pantanal não deixa de arder. Este ano arde como nunca. Depois de ter dito o que disse, Tereza viajou à Europa para se explicar. Salles nem isso pode fazer porque já não é recebido por lá.

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