À falta do que fazer no dia em que o Brasil registrou 2.865 mortes nas últimas 24 horas pela Covid, o presidente Jair Bolsonaro, acompanhado pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello e o líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo, resolveu dar um pulo em Goianápolis, município de Goiás com pouco mais de 11 mil habitantes.
Ele levaria duas horas e meia para percorrer os 172 quilômetros que separam Brasília da área urbana de Goianápolis, conhecida pela produção de tomates e berço da dupla sertaneja Leandro e Leonardo. Então decidiu ir de helicóptero. Como o presidente da República não viaja sozinho, valeu-se de dois helicópteros – um para ele e seus convidados, outro para agentes de segurança.
Antes da decolagem, a assessoria do Palácio do Planalto havia informado que Bolsonaro não tinha compromissos oficiais no sábado. Depois do seu retorno a Brasília, a assessoria não soube informar o motivo da viagem. Curiosidade pelos tomates de Goianápolis certamente não foi. Depositar flores no túmulo de Leandro, que morreu em 1998, também não.
Ao desembarcar no pequeno campo de futebol da cidade, Bolsonaro usava máscara. Retirou-a para, protegido pelo alambrado, cumprimentar algumas das centenas de pessoas ali dispostas a festejá-lo. Apertou 144 mãos, segundo contou o jornal Folha de S. Paulo. Pôs um bebê no colo. Deu uma entrevista a um canal de televisão de Goiânia. E depois foi embora.
O evento foi filmado pelo Major Vitor Hugo, que também não soube explicar o objetivo da visita. Limitou-se a dizer: “A intenção foi de ouvir os problemas, sentir de que forma as ações do governo têm repercutido e tivemos uma impressão muito positiva, o presidente foi bem recebido em Goianápolis”. Quanto custou a viagem? Segredo de Estado. Quem pagará a conta? O contribuinte.
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