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Por Coluna
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Castro, um Rui

O meu Ruy, tabém, é puro talento

Por Gustavo Krause
Atualizado em 5 ago 2018, 14h00 - Publicado em 5 ago 2018, 14h00

Política, hoje, não. Os times estão escalados. E a torcida desconfiada. Nem sabe se vai ao jogo. Serão dias de ansiedade e incerteza: pesquisa pra lá, pesquisa pra cá; fake news infestando as redes sociais; programa eleitoral e comerciais obedecendo à métrica e à rima do marketing; na campanha nem tudo que reluz é ouro; mas o ouro reluz.

Preferi escrever sobre um mestre da escrita: Ruy Castro. O “Rui” sem ipsilone era o do Barbosa que, fora, em certa época, sinônimo de inteligência, rimando com sapiência na poesia de cordel. E de fato, o pequenino Rui Barbosa contrastava com um intelecto gigante. Escritor, pensador, orador, poliglota, político, jurista, melhor dizendo, estadista, e, tantas outra aptidões, donde nasceu a expressão superlativa: “fulano é um Rui”.

O meu Ruy, tabém, é puro talento. O maior biógrafo brasileiro que, ao ser lido, pega o leitor pela mão e passeia com ele pelas nuvens da mais encantadora imaginação. Li muita coisa dele. Sobre a “Noite do meu bem”, escrevi dois artigos que, por obra não sei de quem, chegou-lhe às mãos o que me valeu gentil mensagem.

Em outubro do ano passado, estava em Lisboa, a renovada pátria-mãe dos brasileiros. No hall do hotel, avisto sentado, tranquilo e solitário, Ruy Castro. Dúvida: cometo a impudente e imprudente tietagem? Vou? Não vou? Fui. Preocupado em ser o mais autêntico dos chatos que é aquele sujeito que tira a solidão e não serve como companhia.

Apresentei-me como leitor, admirador e, para minha surpresa, quando disse o nome, ele recordou os artigos. Agradeci o e-mail. Rápido, respeitei os limites da conveniência.

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Ruy é o artista da crônica assim como Manoel de Barros é o poeta das coisas ínfimas. Seu “ofício de escrever” é dotado de um radar supersensível. Tão sensível que atendeu à solicitação do dentista do qual é cliente e revisou texto sobre a novidade a ser implantada no consultório: “uma espécie de lente de contato dental, capaz de produzir belos sorrisos sem broca e anestesia”. Ao abrir uma revista especializada, narra Ruy, “lá estava o anúncio, uma bula das lentes com o meu texto”.

Com o título Autor da bula e centenas de deliciosas crônicas, Ruy lançou o livro A arte de querer bem no qual ele, segundo Pascoal Soto, “exercita o seu amor pela vida, pelos amigos, pela sua cidade, pelos seus ídolos, pelo seu ofício. Pela palavra”.

 

Gustavo Krause é ex-ministro da Fazenda 

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