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Bolsonaro, um presidente de palavra

Garimpeiros em festa. O combate à corrupção pode esperar

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 fev 2020, 09h00 - Publicado em 6 fev 2020, 08h00

Dele não se poderá dizer que esconde o que lhe vai na alma. Muitos políticos agem assim – dissimulam, falam o que o interlocutor quer ouvir ou se recolhem ao silêncio. Bolsonaro é diferente. Para atrair os holofotes, exagera em algumas ocasiões, é fato, mas o exagero só reforça o que de fato pensa.

Quando disse que o índio está evoluindo para ficar parecido “conosco” é porque de fato acredita nisso – que se parecer com um homem branco, renunciando aos seus próprios valores, cultura, religião e modo de viver, significa um passo adiante e não atrás. O atraso seria se o índio teimasse em viver como sempre viveu.

Por acreditar em tal coisa, nada mais natural que Bolsonaro vá em frente e, como presidente da República, passe da teoria à prática, redesenhando o mundo ao seu gosto. Foi o que fez ao nomear um missionário evangélico para cuidar dos índios que vivem isolados e assinar o projeto que libera o garimpo em terras indígenas.

O esvaziado chefe da Casa Civil da presidência da República, Onyx Lorenzoni, da turma dos mortos-vivos deste governo, batizou o projeto de nova “Lei Áurea”. A antiga, de 1888, assinada pela Princesa Isabel, ficou conhecida como a que extinguiu a escravidão no Brasil. Não ficou claro o que Lorenzoni quis dizer.

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Que o projeto do seu chefe libertará os índios da escravidão de viverem em partes ainda preservadas do seu habitat? Ou que o projeto libertará os garimpeiros e, no rastro deles, as grandes empresas de mineração, da obrigação prevista em lei de respeitarem os limites das reservas indígenas?

Lorenzonni não entende nem de índio nem de garimpo. De garimpo, Bolsonaro entende. Às escondidas dos seus superiores, o cabo Bolsonaro, para embolsar mais algum, garimpou no Mato Grosso. Recebeu mais tarde uma advertência por conta disso. Sujou sua folha corrida. Mas encantou-se pelo garimpo.

Em campanha para presidente, prometeu aos garimpeiros que derrubaria todos os entraves ao exercício de sua arte. Como homem de palavra, começou a cumprir. Havia assumido o mesmo compromisso com empresas de mineração. Elas não poderão se queixar. Mais uma vez, só o Congresso poderá contrariá-lo.

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Seus adversários dirão que nem sempre Bolsonaro honra a palavra empenhada. No caso do combate à corrupção, por exemplo. Ele se elegeu como o candidato do partido da Lava Jato. Chamou o cabeça da Lava Jato para ministro da Justiça. Mas só tem feito enfraquecê-lo. Convenhamos… Dê-se um desconto.

Deve ser duro ver alguns dos seus filhos como investigados por suspeitas de corrupção. Aos filhos, ele só imaginava servir filé. Um deles ganharia a embaixada do Brasil em Washington. Não passou de um sonho. Por mais que se empenhe, Bolsonaro ainda não conseguiu livrar os filhos da condição de investigados.

O combate sem trégua à corrupção pode esperar.

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