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A sensatez do Major Olímpio e a anarquia dos policiais amotinados

O líder do PSL no Senado elogia governador do PT

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h08 - Publicado em 23 fev 2020, 07h00

Assustado, com o quadro de “quebra de hierarquia absoluta”, o senador Major Olímpio (PSL-SP) voltou do Ceará onde esteve em missão de paz batendo duro nos policiais travestidos de milicianos rebelados e elogiando o governador do PT Camilo Pena.

Tem dessas coisas. Até para certos aliados do presidente Jair Bolsonaro, mas não para ele, há limites para tudo. Quanto mais no caso de limites fixados pela Constituição. Forças de segurança armadas não podem fazer greves, diz a lei. Ponto final.

O major foi um dos muitos políticos federais das tendências mais variadas que desembarcaram em Fortaleza recentemente na tentativa de pôr fim à sedição. Conversou com o governador. Reuniu-se com os sublevados. Foi embora pessimista.

Os policiais mascarados que celebram Bolsonaro aos gritos de “Mito! Mito” sempre que o nome dele é citado em assembleias, não concordam em negociar a pacificação dos quartéis sem terem antes garantia de que serão depois anistiados. É o costume.

Há décadas que eles se rebelam em nome de melhores salários e condições de trabalho, deixam populações inteiramente desprotegidas, assistem ao aumento violento do número de roubos, assaltos e homicídios e, mais tarde, acabam perdoados.

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No início dos anos 60 do século passado, policiais militares cercaram a sede do governo paulista exigindo um aumento de salário. O general que comandava a 2ª Divisão de Infantaria ameaçou dissolver o movimento à bala e fez 500 prisões.

Chamava-se Arthur da Costa e Silva, o general. Foi Ministro da Guerra do primeiro governo da ditadura militar de 64. Em seguida, foi o segundo presidente da República do golpe. Seu passatempo era fazer palavras cruzadas. Adoeceu e não completou o mandato.

Segundo o Major Olimpio, há interesses políticos não declarados por trás da greve no Ceará. E nomeia alguns dos políticos que se aproveitam disso: Capitão Wagner (PROS-CE) e Sargento Ailton (Solidariedade-CE).

Com um orçamento de R$ 239 bilhões, o Estado de São Paulo paga R$ 3.180 a um soldado. O do Ceará, R$ 4.500. O governo cearense já reservou R$ 600 milhões para reajustar os salários. Os grevistas querem algo como R$ 2 bilhões.

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Presidente da Associação Nacional dos Praças, o deputado estadual Soldado Prisco (PSC) estimula movimentos como o do Ceará em outros Estados. O Major Olímpio não vê a menor chance de o Congresso aprovar uma anistia para criminosos assumidos.

Anistia para encapuzados e armados que mais “pareciam o Hezbollah [partido e grupo paramilitar libanês”]? – se indaga Olímpio. Para policial que tocou fogo no carro de uma mulher que reclamou da greve? Para atos típicos de terroristas?

O que Bolsonaro pensa a respeito disso? Se por acaso pensa alguma coisa, não diz. Para não escandalizar o país. Ou por medo de perder os votos da caserna. Como deputado federal, ele defendeu rebeliões como essa que evita condenar como presidente.

E os militares que o cercam a tudo assistem bestificados, mas em silêncio. Alegam ocupar todos os gabinetes do Palácio do Planalto e milhares de cargos no governo só para impedir tresloucados atos do ex-sindicalista alçado pelo destino à condição de chefe deles.

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