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Gênio da pintura: Biden filho vende quadros de amador como profissional

Tendo começado a explorar o lado artístico há apenas alguns meses, Hunter já está na segunda exposição e com os preços nas alturas

Por Vilma Gryzinski 27 out 2021, 07h47

“O valor do trabalho de um artista não é necessariamente determinado pelo preço”, elaborou Hunter Biden. Tem toda razão.

Seus desenhos e pinturas estão cotados entre 75 mil e 500 mil dólares, preços tão extravagantes para um artista amador recém-lançado no mundo profissional que deveriam dar vergonha em todo mundo, incluindo ele próprio e, principalmente, seu pai, o presidente dos Estados Unidos.

É claro que os desenhos psicodélicos e as pinturas vagamente orgânicas de Hunter só estão no mercado, a preços ridículos, exatamente por que ele é filho de quem é.

Quantos colecionadores de ocasião não gostariam de ter um quadro do filho para agradar o pai, talvez ser convidados para uma recepção, tirar a selfie dos sonhos ou ter uma conversinha com o homem?

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O conflito ético é tão evidente que até órgãos de imprensa altamente simpáticos ao presidente democrata abordaram, com toda delicadeza, o assunto. A alegação da Casa Branca de que os nomes dos compradores das obras do novo artista do pedaço não seriam divulgados, para não dar a impressão de conflito de interesse, ajudou pouco.

“Muitos especialistas em ética manifestaram extrema desaprovação ao arranjo, incluindo um ex-diretor da Comissão de Ética Pública, Walter Shaub, que descreveu as quantias de dinheiro envolvidas como ‘absolutamente lamentáveis’”, escreveu o site Politico.

“Especialistas em ética geralmente  sustentam que figuras públicas  devem evitar até a aparência de conflito de interesse”.

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“No entanto, há evidência de que as atividades da família Biden ao longo dos anos apresentaram regularmente esta aparência”.

Entre as escorregadas, incluem-se “receber empréstimos de lobistas, procurar fazer negócios com grupos sindicais, ter um emprego  num banco que dependia do apoio de Biden para aprovar uma lei sobre falências individuais abominada por progressistas e, naturalmente, assumir um lugar no conselho de uma empresa energética ucraniana, a Burisma, que enfrentava acusações de corrupção, exatamente na época em que Biden chefiava o programa americano de combate à corrupção na Ucrânia”.

Foi o envolvimento altamente lucrativo de Hunter Biden com a Burisma que Donald Trump tentou explorar, intimando autoridades ucranianas a desencavar mais atividades suspeitas. Numa dessas, fez um telefonema ao presidente ucranianos, foi acusado de grave pecado ético e acabou levado ao segundo processo de impeachment – dispensado pelo Senado, na época com maioria republicana.

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Por ódio a Trump, a maioria da imprensa tratou Hunter com luvas de pelica, subdimensionando suas relações escandalosas com a Burisma.

Outro caso tratado com displicência foi o do computador que Hunter Biden levou para consertar e nunca mais foi buscar. O conteúdo acabou recuperado, mostrando cenas constrangedoras do filho do presidente no auge do vício destruidor no crack, nu, na companhia de prostitutas, falando coisas sem sentido.

Facebook e Twitter chegaram a suspender os links para uma reportagem do New York Post sobre os contatos monetizados de Hunter Biden sobre o computador-bomba (Jack Dorsey reconheceu um bom tempo depois que tinha sido um erro).

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Agora, o caso dos quadros supervalorizados está virando motivo de piada. Durante uma sessão da Comissão de Justiça da Câmara, com a presença do secretário Merrick Garland, o deputado republicano Ken Buck apresentou reproduções de Monet e Degas, vendidos por 500 mil dólares. Depois mostrou um trabalho de Hunter Biden, na faixa dos 100 mil dólares. Provocou gargalhadas.

Com poucas chances de sucesso, deputados republicanos estão pedindo um promotor especial para investigar os enroscos éticos da nova carreira artística de Hunter.

É claro que Joe Biden é altamente sensível aos atos autodestrutivos do filho-problema, o oposto de seu filho perfeito, Beau, que morreu de câncer no cérebro aos 46 anos.

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A dinâmica familiar entrou num nível mais acelerado ainda quando Hunter teve um relacionamento com a viúva do irmão – encerrado em termos nada amistosos.

Para Joe Biden, como para qualquer pai, é um milagre que o filho tenha conseguido sair do ciclo do vício e da autodestruição. E poderia haver algo melhor de que tenha feito isso transformando-se, aos 51 anos, num artista temporão?

Hunter Biden já teve uma exposição pop up – surpresinha – em Los Angeles e agora está numa galeria do SoHo, de George Bergès. O galerista disse recentemente: “Eu não venderia a meus colecionadores uma obra de Hunter Biden ou de qualquer outro por 50 ou 500 mil dólares se não achasse que vale isso”.

E o sobrenome tem alguma influência na formação de preços? Sobre isso, todo mundo pode chegar a suas próprias conclusões.

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