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Estados Unidos: ex-brigadista em Cuba quer ser vice-presidente

“Eu não sou comunista”, disse Karen Bass, uma das mulheres na lista de Joe Biden para escolher, ainda esta semana, quem faz a chapa com ele

Por Vilma Gryzinski 5 ago 2020, 07h46

As candidatas à vaga estão fazendo lobby sem parar. 

Ser vice-presidente de Joe Biden não implica apenas uma posição de prestígio para disputar a Casa Branca em 2024, mas num upgrade mesmo antes disso, considerando-se que ele tem 77 anos e até democratas reconhecem, no anonimato, que talvez o processo de degeneração cognitiva já esteja instalado.

A mais curiosa das candidatas a vice é Karen Bass, deputada da Califórnia, que preenche os quesitos mulher, negras, de esquerda.

Talvez até esquerda demais, mesmo nos atuais tempos nos Estados Unidos.

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No anos 70, a deputada, então estudante, foi uma das organizadoras da Brigada Venceremos, os grupos de voluntários organizados para cortar cana em Cuba, ser doutrinados como líderes comunistas e até, em alguns casos, assumir posições de destaque como quadros “internacionais”.

As brigadas continuam a existir, em dimensões bem mais modestas. Quarenta e oito brasileiros e outros jovens do Cone Sul participaram da divisão sul-americana no começo do ano.

O número magro indica o refluxo do castrismo.

Karen Bass não só foi da Venceremos, o que poderia ser considerado um pecado de juventude, como fez um discurso elogioso ao “comandante en jefe” quando Fidel Castro, contrariando todas as expectativas, morreu.

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Como sua ficha agora está sendo levantada, apareceu uma outra eulogia a um líder comunista muito menos conhecido, Oneil Marion Cannon. Ele pertenceu ao Partido Comunista dos Estados Unidos durante décadas.

“Ela conhecia Oneil Cannon, mas nunca compartilhou da ideologia política que ele possa ter tido alguma vez na vida”, disse, com cinismo típico, um representante da deputada.

Tendo percebido que seu currículo pega mal, em especial entre os descendentes de cubanos que fugiram das maravilhas da ilha dos sonhos onde jorra leite e mel, a própria Karen Bass declarou durante uma entrevista de televisão: “Eu não sou comunista”.

Ter declarado, por ocasião da morte do caudilho, que era “uma grande perda para o povo cubano”, não ajuda muito nesse departamento.

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Como candidata a vice, Karen Bass certamente traria as credenciais de esquerda que Joe Biden, um democrata de centro-direita durante toda a vida, mas agora em transmutação, teoricamente ainda precisa para atrair o eleitorado jovem mais identificado com Bernie Sanders, seu ex-oponente.

E os eleitores que sentiriam rejeição a uma escolha dessas?

Tentando controlar o espírito de “já ganhou”, especialistas em eleições dizem que Biden não precisa mais tomar cuidado com a escolha da vice – ele prometeu que seria mulher- porque os americanos vão votar em massa nele pelo simples motivo de que não é Donald Trump.

É uma tese que ainda será submetida ao teste final, das urnas.

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Como, se eleito, Biden não se candidatará a um segundo mandato, a escolha da vice tem mais emoções do que normalmente.

Ambicionam ao posto, sem nenhum disfarce, outros nomes mais sólidos do que Karen Bass. Kamala Harris, atual senadora, até fez umas intervenções estéticas pré-eleitorais. 

Nem precisava. É uma mulher bonita e bem preparada como ex-promotora, mas tem até um corte lobby contra por ser vista como representante da lei e da ordem – acreditem, isso conta pontos contra no atual momento nos Estados Unidos.

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Também enfiou o salto agulha em Biden durante um debate entre os pré-candidatos a presidente.

Elizabeth Warren também é senadora e também espremeu Biden. Tem a desvantagem de ser branca, embora, no passado recente, se proclamasse descendente de índios.

Tammy Duckworth despontou na corrida com uma ficha de respeito em matéria de minorias: é tailandesa de etnia chinesa e perdeu as duas pernas na queda de um helicóptero que pilotava durante a ocupação do Iraque.

Joe Biden e seu alto conselho deliberativo também podem sentir a tentação de imitar John McCain e escolher um nome surpresa, como Sarah Palin.

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O risco, como aconteceu com McCain em 2008, é que todas as atenções se voltem para a candidata a vice.

No caso de Biden, que só sai do isolamento para atos pontuais e bem coreografados, seria complicado.

A principal função de um vice é não aparecer mais do que o titular.

Ficaria difícil não falar, por exemplo, de uma candidata com ficha de quadro do partidão. Principalmente para Donald Trump.

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