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Trump dá ultimato para TikTok ser vendido ou deixar EUA

China acusa EUA de 'intimidação' e afirma que medidas americanas podem se voltar contra as próprias empresas de tecnologia do país

Por Da Redação
Atualizado em 4 ago 2020, 10h59 - Publicado em 4 ago 2020, 10h46

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira 3 um prazo até o dia 15 de setembro para que a rede social TikTok, propriedade da empresa chinesa ByteDance, seja adquirida por uma companhia americana ou deixe de operar no país por motivos de segurança nacional. A China acusa o governo americano de “intimidação”.

De acordo com o mandatário, o TikTok não poderá funcionar nos Estados Unidos após o prazo caso não aceite ser vendido para a Microsoft, que negocia a aquisição do aplicativo, ou outra empresa de capital americano. “Não me importa se é a Microsoft ou outra grande empresa, uma companhia muito segura, muito americana tem que comprá-lo”, comentou o presidente na Casa Branca.

Trump afirmou que o Departamento do Tesouro deverá “receber muito dinheiro” da operação de venda, sem especificar em que conceito ou como isso ocorreria. O TikTok, que tem mais de 80 milhões de usuários nos Estados Unidos, é uma das redes sociais que mais cresceu nos últimos anos, tornando-se uma das principais formas de entretenimento para muitos adolescentes e um canal de marketing para celebridades.

O governo de Trump argumenta que o crescimento do TikTok coloca em risco a privacidade dos dados de americanos e a segurança nacional, já que a ByteDance está exposta a intervenções do governo chinês.

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A Microsoft anunciou no domingo passado que continua a negociar a possível compra do TikTok e prometeu concluir a operação até setembro. A decisão foi divulgada após o CEO da empresa, Satya Nadella, conversar com Trump, que na quinta-feira passada anunciou a intenção de proibir a rede social chinesa no país.

O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disse no domingo que Trump tem a capacidade de forçar a venda das operações americanas do TikTok, e que esta estratégia conta com o apoio dos líderes democratas no Congresso.

A Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional permite que o presidente bloqueie transações e congele ativos caso considere que existe uma “ameaça descomunal e extraordinária” à segurança nacional ou à economia do país.

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‘Intimidação’

O Ministério das Relações Exteriores da China se opõe à venda forçada do TikTok, uma operação que, segundo a pasta, viola os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC). A China vê a questão como mais um capítulo da guerra comercial com os Estados Unidos, que tenta conter o poderio tecnológico do país asiático.

Nesta terça-feira, 4, a China acusou o governo dos Estados Unidos de “intimidação pura e simples”. Ao ser questionado sobre o anúncio de Trump, o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, acusou Washington de atacar de maneira frequente as empresas estrangeiras, abusando da noção de segurança nacional.

“Isto vai contra os princípios da economia de mercado e os princípios de abertura, transparência e não discriminação da OMC”, afirmou o porta-voz.  “Trata-se de intimidação pura e simples. A China se opõe de maneira firme”, completou.

Sem mencionar medidas de represália, Wang considerou que Washington está abrindo “a caixa de Pandora”. “Se todo mundo imitar os Estados Unidos, qualquer país poderá adotar medidas similares contra empresas americanas em nome da segurança nacional”, advertiu.

Proprietário chinês admite pressão

Em uma carta envida nesta terça-feira aos funcionários da ByteDance, seu fundador Zhang Yiming sugeriu que a intenção do governo dos Estados Unidos era proibir o aplicativo, mais do que forçar a venda.

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Zhang afirma aos funcionários que devem estar preparados para “mais dificuldades no futuro” e destaca que o sentimento anti-China “cresceu de maneira significativa em muitos países”.

Embora a empresa negue que os dados dos usuários sejam repassados ao governo chinês, o fundador do ByteDance reconheceu em outra carta interna, publicada na segunda-feira, que está sob pressão e destacou que o grupo trabalha “as 24 horas do dia para obter a melhor solução possível”. “Sempre nos comprometemos a garantir a segurança dos dados do usuário, assim com a neutralidade e transparência da plataforma”, afirmou Zhang aos funcionários em um comunicado interno, de acordo com a imprensa chinesa.

A nota completa, no entanto, que o TikTok enfrenta “crescentes complexidades em todo panorama geopolítico e uma importante pressão externa” e que estuda transferir a sede central para outro grande mercado, fora dos Estados Unidos.

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De acordo com o jornal britânico The Sun, a ByteDance avalia transferir para o Reino Unido as operações globais do TikTok, hoje com sede em Los Angeles.

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(Com EFE e AFP)

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