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As crianças devem usar máscaras na escola? Dúvidas continuam

Só o governo britânico já tomou três decisões diferentes a respeito, num sinal de que a maior preocupação é acalmar pais e professores

Por Vilma Gryzinski 26 ago 2020, 08h32

Fora do círculo familiar, não existe interação mais importante para as crianças do que a com seus professores.

Elas “leem” quase literalmente os lábios e as expressões faciais dos professores, em especial quando começam a distinguir as diferenças entre as palavras faladas e as escritas, as atitudes que devem ser incentivadas e a recompensa deliciosa que é receber aprovação tácita

Também sabem quando a coisa está ficando feia e está na hora de parar de fazer bagunça.

Na outra ponta, os professores tornam-se mestres em desvendar situações não explícitas. Quando os alunos não estão acompanhando o conteúdo apresentado, quando fingem que prestam atenção mas estão grudados no celular escondido e outros truques.

Como manter essa dinâmica essencial quando estão todos de máscara?

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Como garantir aos pais que é seguro mandar seus filhos de volta para a escola com um vírus que continua a rondar, especialmente nos países europeus onde parecia tão dominado?

Como fazer que crianças e adolescentes usem direito a proteção quando os próprios adultos usam máscara de queixo, máscara de ouvido (pendurada por uma alça só) máscara de dedo (assim transportada entre trajetos) e, principalmente, máscara de bolso?

Refletindo os dilemas acima resumidos, além do estilo ioiô, o governo britânico já tomou três decisões a respeito: nada de máscaras, máscaras para todos os alunos acima de 11 anos e , agora, máscaras apenas nos pátios e corredores.

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Serão obrigatórias nas escolas de áreas que voltaram para o lockdown. Nas outras, os diretores decidem.

A discussão sobre uso de máscaras para crianças e adolescentes reflete as divergências sobre os efeitos do novo coronavírus nessa faixa.

A Organização Mundial de Saúde calcula que apenas de 1% a 3% dos atingidos pela infecção globalmente – os casos comprovados se aproximam de 25 milhões – eram crianças e adolescentes. Na população total, eles são 29%.

Em todo o Reino Unido, nos quatro meses de ascensão e declínio do vírus, com quase 42 mil vítimas fatais, foram 15 mortos na faixa abaixo de 19 anos.

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O risco de morrer num acidente de automóvel ou de gripe é maior, disse a médica Jenny Harries, da direção de saúde.

Apesar do jeito um pouco seco, os números confirmam sua avaliação: no mesmo período de quatro meses, morrem em média 44 menores em acidentes de trânsito e 28 de gripe.

“Ficar fora da escola é muito mais prejudicial para o desenvolvimento e a saúde das crianças”, disse Boris Johnson, refletindo a posição dominante entre médicos e especialistas, embora ainda existam muitos pais ainda parcialmente recalcitrantes.

A possibilidade de que as crianças sejam muitíssimo menos afetadas pelo vírus, mas funcionem como vetores da infecção preocupa especialmente os professores.

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Esta hipóteses já foi testada na prática na Grã-Bretanha. Em junho, as escolas reabriram rapidamente, antes das férias de verão, para filhos de profissionais em atividades essenciais.

Nesse período, 1,6 milhão de crianças voltaram às aulas. No total da pré-escola e primeiro grau, foram infectadas 70 crianças e 128 pessoas do corpo docente. Destes, segundo os levantamentos sanitários, a maioria foi contagiada por outros adultos.

Nenhuma criança precisou ser hospitalizada.

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Na Europa em geral, um estudo publicando na Lancet acompanhou 582 menores de 18 anos infectados pelo vírus em 25 países. O período avaliado foi o das três primeiras semanas de abril, como o novo coronavírus estava no pico.

Dos pesquisados, 145 tinham doenças pré-existentes – o estudo foi feito através de grupos já em operação para o estudo de tuberculose pediátrica. No total, 48 precisaram de internação em UTI e 25 de ventilação mecânica. Dois morreram.

Conclusão: “A Covid-19 é em geral uma doença branda em crianças, inclusive recém-nascidos. No entanto, uma pequena proporção precisa de internação em UTI e ventilação prolongada, embora intercorrências fatais sejam raras.”

Como em tantos outros aspectos dessa doença, várias dúvidas persistem, principalmente quando envolvem a preciosidade da vida de uma criança.

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Mas determinar o uso de máscara nas escolas só para parecer que “está fazendo alguma coisa” e se precaver de eventuais acusações de negligência não é atitude de governos sérios.

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