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Por Coluna
A verdade por trás de manchetes falsas que se espalham pela internet. Editado por João Pedroso de Campos.
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Vídeo não mostra soldado israelense resgatando bebê em Brumadinho

Imagens são de um membro do grupo conhecido como Capacetes Brancos, que atua na Síria, salvando um bebê após um ataque aéreo em 2016

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2019, 16h28 - Publicado em 31 jan 2019, 16h28

Não são poucas as imagens falsamente atribuídas ao desastre do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), e ao resgaste de vítimas por bombeiros (veja aqui algumas delas). Nesta terça-feira, 29, começou a ser compartilhado no Facebook um vídeo que, garante a legenda, mostra um soldado do Exército de Israel, que colaborou nas buscas, resgatando com vida um bebê que estaria soterrado. O suposto militar israelense se emociona ao pegar a criança no colo.

Na postagem mais popular na rede social, que teve cerca de 110.000 visualizações, o internauta escreveu: “Soldado Israelense não contém as lágrimas ao retirar esse bebê soterrado. Meu Deus! forte demais”.

(Reprodução/Facebook)

O vídeo que tem circulado nas redes sociais de milhares de brasileiros, contudo, não mostra um soldado de Israel socorrendo um bebê em Brumadinho. Uma pesquisa por “soldado resgata bebê” no próprio Facebook leva, entre outros resultados, a uma publicação da página “Programa Studio Gospel 87.9 FM”, de uma rádio paraibana.

Em 5 janeiro, vinte dias antes do desastre do rompimento da barragem com rejeitos, o perfil compartilhou o mesmo vídeo, dizendo se tratar de um resgate feito na Síria. Neste caso, houve 1 milhão de visualizações.

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As imagens são, de fato, de um resgate feito pelos Capacetes Brancos, grupo de socorristas voluntários que atua na guerra civil da Síria. A cena emocionante aconteceu após um ataque aéreo na cidade de Idlib, em 30 de setembro de 2016.

A rede americana ABC publicou o vídeo no YouTube naquele dia, com o título “Socorrista chora após puxar bebê de escombros na Síria”.

Segundo a também americana CNN, o membro dos Capacetes Brancos que socorreu o bebê, uma menina, chama-se Abu-Kifah. “O bebê e a família dela sobreviveram ao ataque. Ele [Kifah] e outras quarto pessoas cavaram por horas para livrar a criança dos escombros. Ele estima que ela não tenha mais do que 30 dias de vida”, noticiou o canal.

Outros veículos da imprensa internacional, como o Washington Post e os britânicos The Telegraph e The Independent, também publicaram notícias sobre o assunto.

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Não seria necessária tanta pesquisa, contudo, para chegar à conclusão de que as imagens não mostram um soldado israelense salvando um bebê brasileiro na cidade mineira. No vídeo, não se ouve em nenhum momento, nem no local do resgate nem no posto de atendimento, nenhuma pessoa falando em português ou inglês. Os soldados de Israel, que deixarão o Brasil nesta sexta-feira, foram acompanhados o tempo todo por bombeiros de Minas Gerais nas buscas em campo.

Além do mais, os uniformes utilizados pelos Capacetes Brancos e pelas Forças Armadas israelenses são diferentes, a começar pelo emblema do grupo voluntário, na manga esquerda da camisa, no qual se vê o desenho do mapa da Síria. No caso do Exército de Israel, há uma bandeira do país na mesma manga esquerda e o capacete é laranja. Veja abaixo e compare:

Você também pode colaborar com o Me Engana que Eu Posto no combate às notícias mentirosas da internet. Recebeu alguma informação que suspeita – ou tem certeza – ser falsa? Envie para o blog via WhatsApp, no número (11) 9 9967-9374.

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