Solução do TCU para precatórios produz rombo de até R$ 5 tri, diz estudo
Consultor do Senado afirma que a proposta do ministro Bruno Dantas, vice-presidente do TCU, apenas posterga calote
A saída elaborada pelo vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, apenas posterga o calote nos precatórios devidos pela União e pode gerar um passivo de até R$ 5 trilhões em 20 anos. É o que afirma estudo conduzido pelo consultor de orçamento do Senado, Hipólito Gadelha Remígio.
A pesquisa será entregue nesta quarta-feira, 1, ao ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que também recebeu a proposta de Bruno Dantas. No documento, o ministro lerá que a proposta do TCU, se colocada em prática, provocará uma escalada desenfreada do estoque de precatórios devidos.
Entre as diversas projeções apresentadas no estudo, há uma que mostra o acúmulo, em 10 anos, de R$ 1 trilhão de dívida não quitada. Outro cálculo, indica que, em 15 anos, o valor pode chegar a R$ 1,4 trilhão. O pior cenário é o de R$ 5 trilhões acumulados ao longo de 20 anos.
Fux prometeu, em recente evento da XP Investimentos, corretora que atua na Bolsa, que não adotará uma saída que implique em calote. “Via de regra, é calote nunca mais”, disse o ministro.