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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Sérgio Camargo tenta fugir da insignificância atacando pessoas relevantes

Presidente da Fundação Palmares também parece querer destruir o órgão que preside para prestar serviços ao racismo que deveria combater

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 out 2020, 10h38 - Publicado em 14 out 2020, 10h06

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, é incansável no trabalho de demolição da missão do órgão. A Fundação foi criada para lutar contra as imensas desigualdades raciais do país. No entanto, Sérgio Camargo gasta o seu tempo ofendendo negros, lideranças e até heróis do povo brasileiro. Certa vez ele agrediu até a memória de Zumbi dos Palmares, o líder que dá nome à instituição.

Os dados das distâncias sociais entre negros e brancos no Brasil são vergonhosos e um problema de todo o país. O risco ao qual está submetida a juventude negra é assustador. O país está perdendo seus jovens. Mas ele se preocupa mesmo em ofender pessoas com opiniões diferentes das suas, como Marina Silva, Benedita da Silva, entre outros. É o Ricardo Salles da questão racial. Quer deixar terra arrasada e destruir a Fundação ao atacar seus alicerces fundadores.

É importante entender o primeiro aspecto da estratégia política de Sérgio Camargo, um modos operandi que ele copiou do seu chefe, Jair Bolsonaro. O presidente da República não precisa mais fazer o que Sérgio Camargo faz – chegou ao mais alto posto da nação. Mas quando ainda era um deputado do baixo clero, e sem expressividade, ofendia nomes mais conhecidos que o dele para ganhar notoriedade.

Sim, a ideia de Sérgio Camargo é aparecer atacando pessoas que são relevantes para o debate brasileiro e para as lutas em busca da superação das nossas desigualdades. O presidente da Fundação Palmares era desconhecido e não se sabe de contribuição alguma que ele tenha dado à questão racial no Brasil ou a qualquer outro assunto. Anônimo, escala no destaque do outro, como fez também ao citar Petra Gil, uma artista popular.

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Na nota em que retira Marina Silva da lista de personalidades negras da Fundação Palmares, Sérgio Camargo disse que ela “autodeclara-se negra por conveniência política” e continuou, envolvendo outros nomes: “não é um caso isolado. Jean Willys, Talíria Petrone, David Miranda (branco) e Preta Gil também são pretos por conveniência. Posar de ‘vítima’ e de ‘oprimido’ rende dividendos eleitorais e, em alguns casos, financeiros”.

A estratégia não deveria dar certo porque é rasteira e mesquinha. Ela desnuda mais uma vez os valores e a tática do atual governo. Em tempos de “lacração” na internet, contudo, tem sido eficaz para manter a militância do ódio engajada, enquanto o governo rasga outras bandeiras que fingiu carregar como a do combate à corrupção. Mas o que essa gestão quer é exatamente o que Camargo e Salles fazem: destruir as instituições do Estado, atacando no coração da sua missão. A da Fundação Palmares é combater o racismo e promover a rica cultura afro brasileira.

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