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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Quebra de decoro pode ser o calcanhar de Aquiles de Flávio Bolsonaro

Pente-fino em falas do filho 01 mostrarão se o senador mentiu sobre relação com Queiroz. Randolfe promete ir ao STF contra pasmaceira do Conselho de Ética

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jun 2020, 14h55 - Publicado em 19 jun 2020, 19h55

Há uma máxima no Senado Federal, especialmente entre os parlamentares mais experientes e que têm atuação, como manda o figurino, discreta na Casa: o maior risco de se perder um mandato é ser pego na mentira ou na omissão, a temida quebra de decoro.

Foi assim, por exemplo, com os ex- senadores Luiz Estevão e José Roberto Arruda. Eles se viram envolvidos em escândalos de corrupção em suas carreiras políticas, mas foram as danadas da mentira e da omissão que tiraram o mandato dos dois.

Nesta quinta-feira, 18, após a prisão do policial aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), governistas e oposicionistas começaram a lembrar dos casos dos parlamentares cassados.

Ao ser finalmente encontrado na casa do advogado da família Bolsonaro e, com a informação repassada pela Polícia Civil de que o ex-assessor estava lá há um ano, iniciou-se a especulação no Senado se Flávio Bolsonaro pode ter escorregado politicamente e aberto a brecha da quebra de decoro nesse período, quando já exercia o mandato de senador.

Em outubro do ano passado, por exemplo, Flávio Bolsonaro afirmou, em uma rede social, que não tinha “mais nenhum tipo de contato com [Queiroz] há quase um ano”. “Nunca mais falei e a última notícia que tive, pela imprensa, foi a de que ele estaria tratando do seu câncer no estado de São Paulo”.

O problema é que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro acabou ressurgindo em um imóvel do advogado Frederick Wassef, esse defensor do presidente e de seu filho mais velho e frequentador assíduo do Palácio do Planalto. Se estava lá há um ano, como informou a Polícia Civil, a versão de que não tinha contato com Queiroz fica frágil, para não dizer fragilíssima.

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Flávio Bolsonaro é filho do presidente, o que dificulta ainda mais a abertura de um processo de cassação no Senado, onde prevalece o espírito de corpo e corporativismo em alto grau. Isso somente acontecerá se ficar comprovado a quebra de decoro. O Senado ainda é a Casa Legislativa mais controlada pelo governo Bolsonaro.

Mandado de segurança 

Os problemas de Flávio Bolsonaro, contudo, não serão tão fáceis de resolver. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) estuda entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a corte determine, ao menos, que o Conselho de Ética analise um pedido – já feito – de abertura de processo contra o filho 01 de Jair Bolsonaro.

Após a prisão de Queiroz, Randolfe Rodrigues enviou novo requerimento ao Conselho de Ética da Casa pedindo a admissibilidade de uma representação antiga contra o colega do partido Republicanos, protocolada em 19 de fevereiro. O caso está parado há exatos quatro meses.

A motivação está ancorada nas novas informações sobre a relação do filho do presidente Bolsonaro com Queiroz, reveladas pela Operação Anjo, da Polícia Civil do Rio.

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O novo requerimento de Randolfe pede, entre outras coisas, à Comissão de Ética:

“1) A imediata análise preliminar, por esta Presidência, da admissibilidade da representação contra o Senador Flávio Bolsonaro;

2) o registro e autuação da representação, a notificação do senador para apresentação de defesa prévia e a designação de relator”.

Se o Conselho mantiver a pasmaceira desta vez, o caso deve parar mesmo no STF. Perguntado sobre se uma medida drástica como um mandado de segurança não seria pedir a interferência de um poder no outro, Randolfe afirmou que se há um direito sendo ferido, o de que o procedimento seja ao menos analisado, “é preciso recorrer a alguma instância”.

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