General Ramos cumprirá em julho promessa de ir para a reserva
Ministro já anunciou que deixará o quadro da ativa do Exército, mas ainda não a concretizou. Isso acontecerá no mês que vem, segundo oficiais
O general Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, aguarda apenas a virada do mês para oficializar a sua ida para reserva. Essa é a expectativa no meio militar. Ele já anunciou que iria para a reserva, mas não foram tomadas providências práticas. Isso deve ocorrer no dia primeiro de julho, segundo informado à coluna por oficiais do Exército.
Outro militar que tem função executiva no governo e permanece na ativa é o general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde, mas este não tem falado em alterar sua situação em relação à força.
Em maio, o ministro Ramos foi alvo de críticas por ter acompanhado o presidente Jair Bolsonaro em um ato em frente ao Palácio do Planalto, onde apoiadores atacaram o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Logo depois de assumir como interino, o ministro Pazuello também compareceu a uma passeata na qual haviam faixas com dizeres anti-democráticos.
Apesar de não haver impedimento legal a que um militar da ativa tenha uma função no governo, a melhor situação para as Forças Armadas – principalmente com o ministro Luiz Ramos que tem posição política – é a passagem para reserva, segundo a avaliação de um oficial. Isso evitaria que as críticas recaiam sobre as Forças Armadas. A permanência na ativa gera um ruído que tem aumentado, especialmente durante a atual a crise política.
“Rompe-se com isso um vínculo que pode gerar muita sensibilidade na opinião pública sobre o papel institucional do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. O que, por óbvio, não é adequado. Levamos muito tempo para conquistarmos a credibilidade que desfrutamos”, afirmou à coluna um integrante do governo.
A função de Eduardo Pazuello no governo também tem preocupado o Exército. Como informado pela coluna, Pazuello ainda não foi efetivado no cargo mais importante do governo federal em meio à pandemia, mesmo com o apoio de Bolsonaro, porque o Exército não quer o ônus das mortes pela Covid-19.