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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Diretoria do Flamengo envergonha e se posiciona (de novo) contra a vida

Em um “vale tudo” pelo futebol, dirigentes defendem volta do público aos jogos, entre outros absurdos

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 jun 2021, 16h12

A diretoria do Flamengo joga contra a vida. O país registra centenas de milhares de mortes e milhões de casos de Covid-19. O próprio clube registrou um surto da doença entre seus jogadores. Mas os dirigentes seguem pressionando pela volta do futebol e, agora, passaram a defender a volta do público aos estádios.

Numa declaração difícil de engolir, o vice de Relações Externas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, afirmou nesta quinta, 10, que o clube é a favor da volta do público aos jogos.

“O Flamengo é a favor da volta do público aos estádios. Covid não se pega somente em estádio de futebol. Eu entendo que a Covid é um processo natural, que todos nós vamos ter”, disse.

Com essa fala, Baptista mostra apoiar a perigosa tese da “imunidade de rebanho”, que defende a disseminação generalizada da doença como forma de imunizar a população, mesmo que isso signifique aumentar a mortalidade.

A mesma tese cruel e mórbida tem sido propagada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, desde o início da pandemia. Ele é um dos únicos líderes mundiais ainda fiéis ao negacionismo.

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Ao dizer que a contaminação por Covid é um processo natural, o dirigente desrespeita milhares de famílias que perderam parentes e amigos para uma doença que paralisou o mundo. *Estão nessa lista parentes de integrantes do Flamengo e também um dos mais queridos funcionários, Jorge Luiz Domingos, o Jorginho. Ele foi massagista do clube desde 1980 e morreu em maio do ano passado em decorrência da Covid.*

A frase infeliz do dirigente também diminui a importância da vacina, outra coincidência com o discurso de Bolsonaro e de seus seguidores.

Os dirigentes do Flamengo, aliás, têm tomado atitudes bem alinhadas às de Jair Bolsonaro nos últimos tempos. Em junho de 2020, por exemplo, o time foi na contramão de clubes como Botafogo e Fluminense e também defendeu a volta dos jogos. Era o início da primeira onda.

Na época, o vice-presidente Marcos Braz disse que respeitava os outros times, mas lamentava que fossem contra o retorno. “Fluminense e Botafogo não querem entrar em campo. Respeito, mas lamento. Seguro mesmo 100%, só quando tiver a vacina ou um remédio”, disse Braz.

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Em setembro de 2020, o clube chegou a ter 19 jogadores infectados pela Covid. Agora, no mês de junho deste ano, Arrascaeta e outros três funcionários do time testaram positivo para a doença.

No orçamento preliminar deste ano, o Flamengo afirmou contar com receitas de bilheteria na ordem de R$ 100 milhões e também com a volta do público aos estádios a partir de abril. Especialistas consideraram as metas elevadas dada a situação da pandemia.

Mesmo com os casos e os desfalques causados pelo vírus, a diretoria parece não se incomodar e vai contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde ao defender a volta do público.

O time que tem a maior torcida do Brasil, com mais de 40 milhões de flamenguistas, entre eles, eu, é dirigido por profissionais que adotaram uma atitude irresponsável e parecem estar preocupados apenas com os valores arrecadados pela bilheteria.

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