Bolsonaro está desesperado, dizem interlocutores do capitão
Ele está cada vez mais paranóico, e se isolando. Essa é a definição até de quem trabalha no governo
Jair Bolsonaro está desesperado, dizem interlocutores do Palácio do Planalto a este colunista. Um deles afirmou, por mensagem, que o presidente tem estado cada vez mais isolado e paranóico.
Ou seja, Bolsonaro está descompensado, segundo esses assessores que mantém contato diário com o presidente da República.
E foi esse estado de espírito que o levou à aposta arriscada de tentar, com seus seguidores mais próximos, horrorizar o país. Mas sabem qual o mais triste deste dia que se chama hoje? Ele deveria ser o da união dos brasileiros.
Como pode um país viver um ano e meio de mortes em série, na maior pandemia dos últimos 100 anos, e ter um presidente que só pensa na luta ideológica para 2022?
Inflar o 7 de setembro para gerar memes e imagens para as próximas eleições, num ato de desespero, revela tudo que há de ruim em um líder político. Aquele que só pensa em si e não no Brasil.
A pergunta que não quer calar é: por que o presidente se sabota? Nesta semana, VEJA fez uma reportagem elucidativa sobre o comportamento errático, para dizer o mínimo, de Bolsonaro.
Para mim, trata-se de uma capa histórica:
“Inimigo de si mesmo… dólar alto, avanço da inflação e dificuldades na retomada. O comportamento incendiário de Jair Bolsonaro, com confrontos e provocações, produz estragos na economia, em uma incompreensível estratégia de sabotagem do seu próprio governo – e de suas chances de reeleição”.
O mais incrível é ver, nos bastidores, esses assessores do presidente concordarem: trata-se de uma “incompreensível estratégia” de autodestruição.
Ou Bolsonaro é um gênio do marketing político, e conseguirá se reeleger (surpreendentemente) e com facilidade em 2022, o que hoje é totalmente improvável, ou estamos diante do presidente mais burro da história do Brasil. Acho que não seremos surpreendidos.